quinta-feira, 7 de julho de 2016

Deus aparece como a consciência individual - Joel S. Goldsmith -



Deus aparece como a consciência individual - Joel S. Goldsmith - 

A CONSCIÊNCIA APARECE COMO "PÃES E PEIXES" 

 Depois disto, passou Jesus para a outra margem do lago da Galiléia, chamado lago de Tiberíades. Seguiu-o grande multidão de povo, porque viam os sinais que fazia aos doentes. Subiu então Jesus ao monte, onde se sentou em companhia dos seus discípulos. Estava próxima a festa pascal dos judeus. 

 Erguendo os olhos e vendo que numerosa multidão vinha procurá-lo, disse Jesus a Filipe: "Onde compraremos pão, para que a gente tenha o que comer?" Mas isto dizia apenas no intuito de pô-lo à prova; porque bem sabia o que havia de fazer. 

 Respondeu-lhe Filipe: "Duzentos denários de pão não bastariam para que cada um deles recebesse um bocadinho". 

 Ao que lhe observou um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro: "Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes; mas que é isto para tanta gente?" 

 Disse Jesus: "Mandai esta gente sentar-se." (Jo 6:1-10) 

 Parecia haver carência e limitações materiais. E a primeira reação da maioria de nós, em tal situação, seria: "Tenho somente cinquenta centavos, quando necessito de cinco dólares." É nesse ponto que as preocupações materiais começam a provocar o que o mundo chama de úlceras. Em nosso ensino, fazemos como fez o Mestre: imediatamente damos as costas ao quadro. Acaso cinquenta centavos ou cinco dólares suprem realmente as nossas necessidades? 

Ou será a presença da Consciência divina, que aparece como a nossa consciência individual? Não será essa Presença, e nada mais, o que atenderá às nossas necessidades? Se te lembrares desta lição, nunca mais procurarás "pães e peixes" ou moedas e cédulas, nem julgarás a profundidade e a vastidão do universo de Deus pela tua visão limitada das coisas. Não descobrimos como multiplicar "pães e peixes", mas descobrimos a lei do amor. 


No afã de prover às necessidades de sua vida, o sentido finito começará, digamos com cem dólares e pensará: "Quando eu tiver um milhão...". Mas não importa quanto aumente a quantidade de "pães e peixes" - ou dólares -, porque isto nunca te satisfará. Estarás satisfeito somente quando puderes olhar para o que tens no mundo externo e dizer: "Isto não é o que eu necessito. O que eu necessito é reconhecer que dentro de mim está o reino de Deus; que dentro de minha consciência está o universo espiritual, e que das profundezas de minha consciência flui a riqueza de meu ser." E isto nada tem a ver com "pães e peixes". 

 Para chegares a esse estado de consciência, é indispensável praticar meditação, porque frequentemente serás tentado a olhar para os "pães e peixes" e dizer: "Eu tenho" ou "tu tens" ou "eu não tenho... eu preciso". E então, para não caíres nessa tentação, precisarás lembrar-te de desprezar os números, quantidades e qualidades dessas coisas externas e te compenetrares de que "Nada preciso do mundo exterior; nenhuma quantidade de coisas poderá atender às minhas necessidades. Estas só poderão ser supridas pela minha compreensão da riqueza de minha própria consciência." Assim é como cada um de nós poderá "morrer" diariamente para o sentido mortal, material, e renascer para o Espírito. Em outras palavras: o Espírito tornar-se-á, para nós, a substância tangível, isto é, a forma e a quantidade de todas as coisas no reino externo. E porque a Consciência é infinita, Sua aparência estará infinitamente manifesta. 

 A Consciência infinita não pode aparecer como apenas uma, duas ou mil ideias. Ela tem que Se manifestar como todas as ideias de que precisares por toda a eternidade. Não estamos usando a verdade espiritual para multiplicar alguns pedaços disto ou daquilo. Estamos desprezando a crença de que exista presença e poder no mundo externo e voltando à nossa compreensão de que a Consciência infinita está aparecendo como a nossa consciência individual. 

 RECONHECENDO A FONTE 

 Disse Jesus: "Mandai esta gente sentar-se." É que havia muita gente no lugar. Sentaram-se, pois, os homens em número de uns cinco mil. Tomou Jesus os pães, deu graças e mandou-os distribuir a todos que estavam sentados; da mesma forma, os peixes, quanto queriam. (Jo 6: 10-11) 

 Por que deu ele graças? Será por que fazia isso parte do ritual? Sabes que ele não estava obedecendo ordens para dar graças a ninguém. Assim, pois, ao dar graças, sem dúvida, estava pondo o princípio em ação. 

 A ação de graças é um reconhecimento da Fonte. Dar graças é reconhecer a Causa. Por isso, quando dizemos: "Graças a ti, Pai, eu sou", estamos exprimindo nossa convicção de que o nosso suprimento não se origina de nenhum ser humano, mas, sim, do Pai. Não vem de nossa inteligência humana, de nossa engenhosidade ou de nossa personalidade. Procede do Pai. Dar graças é portanto um ato de reconhecimento da Fonte de todo suprimento, a qual é a Consciência. Sem o reconhecimento de que a Consciência é essa Fonte, não há demonstração da verdade de que o suprimento vem dessa Fonte como consequência natural de nosso contato com Ela. Quando reconhecemos a Deus, a Consciência infinita de nosso ser, como a Fonte de tudo o que chega até nós, então o nosso "Obrigado, Pai!" representa o nosso reconhecimento da nulidade do ego humano e do esforço humano. É um reconhecimento da presença e poder de Deus como fonte de tudo o que chega até nós como suprimento de todas as nossas necessidades. 

 Em cada passagem de tua vida, a gratidão desempenha um papel talvez muito maior do que imaginas. Gratidão não é sentimento relacionado com outra pessoa. É tua harmonia, teu contato com Deus, tua união com Deus. Em verdade, nunca precisas dizer "Obrigado" a outrem que tenha servido de canal para o bem que recebes. Naturalmente que nós o fazemos como uma forma de cortesia. Entretanto, se essa expressão externa de gratidão não for acompanhada da compreensão interna de que Deus, nossa consciência e a fonte daquilo por que somos gratos, estaremos agradecendo à fonte errada, e teremos perdido a essência do verdadeiro sentido de gratidão. A graça que Jesus rendeu ao Pai, foi o seu reconhecimento silencioso de que Deus é a causa e o feito de toda e qualquer quantidade de "pães e peixes". 

 Depois de todos fartos, disse a seus discípulos: "Recolhei as sobras, para que não se percam." Recolheram e encheram doze cestos com os pedaços dos cinco pães de cevada, que sobraram aos que tinham comido. Vendo o povo o feito poderoso que Jesus acabara de realizar, exclamou: "Este é realmente o profeta que deve vir ao mundo." Reparou Jesus que queriam vir levá-lo à força para proclamá-lo rei. Pelo que tornou a retirar-se para o monte, ele sozinho. Ao anoitecer, desceram os discípulos ao lago, embarcaram e dirigiram-se para a outra margem, rumo a Carfanaum. Já era escuro, e ainda Jesus não fora ter com eles. Iam as vagas empoladas com forte ventania. Tinham remado uns vinte e cinco a trinta estádios, quando avistaram Jesus a andar sobre as águas e aproximar-se da embarcação. Encheram-se de terror. Jesus, porém, lhes disse: "Sou eu, não temais!" (Jo 6:12-20) 

 De que se aterrorizaram eles? De alguma coisa externa? De algum efeito? Da forte ventania? Ou das ondas empoladas? E qual foi a reação de Jesus ante aquela tormenta? - "Sou eu; não temais!". 

 O Eu é Deus, a Consciência divina aparecendo como consciência individual. Portanto, a toda "tormenta" com que depares em tua vida, ao invés de procurares algo com que fazê-la cessar, fica onde estás e dize: "Sou eu; não temais!". Eu, Deus, aparecendo como a consciência individual, tenho que ser a lei para tormentas, ventos, ondas, vulcões e até para bombas atômicas. 

 Em "O Caminho Infinito", nós estamos retirando toda a confiança que tínhamos no suposto poder e presença das coisas do mundo externo - quer sejam dólares, "pães e peixes", tormentas, pecado ou doença - e depositando nossa fé no verdadeiro e único poder, que é o de Deus, que aparece como a nossa consciência individual em cada um de nós. Esse Eu, esse Eu que eu sou, é a lei para toda tormenta. 

 Ora, vendo eles que Jesus e seus discípulos já não estavam lá, embarcaram e foram a Carfanaum, em busca de Jesus. Deram com ele na outra margem e perguntaram-lhe: "Mestre, quando foi que chegastes aqui?" Respondeu-lhe Jesus: "Em verdade, em verdade, vos digo: Andai à minha procura, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e ficastes fartos." (Jo 6: 24-26) 

 Sim, eles voltaram pelo pão. Mas teriam visto o milagre? Não perceberam que o pão fora produzido pela consciência? Acaso estavam interessados nisso? - Não. Estavam interessados somente em obter mais pães e peixes. Sua atenção estava focalizada nas coisas do mundo; estavam presos ao ódio, ao medo, ao amor e ao desejo pelas coisas do mundo. 

 ESFORÇA-TE POR ALCANÇAR A CONSCIÊNCIA
 ESPIRITUAL 

 Isto nos leva a pensar no preceito: "Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir." De nada adianta sermos alimentados hoje pelo grande Mestre para a ele voltarmos amanhã em busca de mais alimento. Quando presenciais uma cura, procuras saber o seu segredo? Ou como operou o milagre, indiferente com os efeitos? 

Por favor, observa este ponto. Cuida que teus sentimentos não fiquem hipnotizados pela magnitude da demostração, a ponto de esqueceres de investigar o seu segredo, a sua causa. Precisamos deixar que Deus, a consciência de nosso ser, seja a medida da nossa demonstração de cura. Sendo infinita, nossa consciência tem que manifestar-se como uma infinitude de "pães e peixes", como uma quantidade ilimitada de dólares, como um lar infinito, como ação ilimitada. 

 E agora chegamos à essência do nosso trabalho. 

 Lemos no evangelho segundo João, pouco depois do registro desta resposta de Jesus: "Andais à minha procura, não porque vistes sinais...", o seguinte: 

 "Não vos afadigueis por um manjar perecedor, mas, sim, pelo manjar que dura para a vida eterna e que o Filho do homem vos dará..." (Jo: 6:27). 

 Não te afadigues, não estudes, não medites, nem dês tratamento visando a produzir um efeito. Não vivas no mundo dos pensamentos e dos objetos. Trabalha por conseguir aquele estado de consciência que produzirá equilíbrio na tua mente, no teu corpo, na tua carteira, no teu lar, na tua vida familiar, nas tuas relações em geral, bem como nos negócios nacionais e internacionais. 

 A consciência espiritual não dá valor à "comida que perece", mas, sim, àquela consciência que constitui a lei da vida e que se manifesta na forma de "comida perecível". Jesus não disse que não devamos ter essa comida. Ele disse que o Filho do homem nos dará a verdadeira comida e que é por essa que devemos nos esforçar, isto é, por esse estado de consciência. 

 O objeto desta obra/ensinamento é a revelação de um novo tipo de homem - a revelação, dentro de nosso próprio ser, do homem espiritual que de fato somos. A maioria de nós não está satisfeita com o que vê e com o que parece existir. Nunca estaremos satisfeitos enquanto não nos voltarmos para o homem que realmente somos. Então é que acabará a luta de todo momento entre o espírito e a carne. O término desta luta e a abertura da consciência ao desenvolvimento espiritual tornaram-se algo mais que uma vaga esperança quando os instrutores espirituais começaram a demonstrar que se precisa e como de pode viver realmente em contato consciente com Deus durante os sete dias da semana. O mundo está reclamando com o aparecimento de um novo tipo de homem, em cuja consciência não haja guerra nem coisa alguma que provoque hostilidades. E isto é realmente um milagre! 

 Perguntaram-lhe: "Que nos cumpre fazer para praticarmos as obras de Deus?" Respondeu-lhes Jesus: "A obra de Deus está em que tenhais fé naquele que ele enviou." (Jo:6:28-29) 

 Este é um dos preceitos mais importantes que se encontram na Bíblia: "... que tenhais fé naquele que Ele enviou." Quem foi que Ele enviou? A Si mesmo, como a consciência de cada um de nós! Deus individualizado como o Filho! Deus enviou-se a si próprio em se manifestando como cada um de nós. Precisas aprender a confiar na tua própria consciência como sendo a Consciência de Deus aparecendo como tua consciência. 

Assim é como aprenderás a fazer as obras de Deus. Está certo fazeres essas obras, pois ele disse que poderemos fazê-las. Não fosse assim, ele poderia ter dito "Vós, pobre e pequeninas almas!", mas, pelo contrário, o que ele disse foi: "... que tenhais fé naquele que Ele enviou." Deves crer que a Consciência infinita, chamada Deus, foi enviada ao mundo como tua consciência. A carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus. Se não entraste no reino do céu, é porque durante toda a tua vida tens estado a lidar com a carne o sangue. Agora precisas abandonar todo o teu interesse pela carne o sangue e começar a compreender "aquele que Ele enviou". Quando começares a crer real e verdadeiramente que Deus é a tua consciência, que tudo o que necessitas provém da tua consciência divina, e não de fora, não do mundo dos efeitos, então estarás na primeira etapa da expansão espiritual. 

 Replicaram-lhe eles: "Que sinal nos dás para que o vejamos e te demos fé? Qual a tua obra? Nossos pais comeram o maná, no deserto, conforme está escrito: Do céu lhes deu pão a comer." 

Respondeu-lhes Jesus: "Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do céu; meu Pai é que vos dará o verdadeiro pão do céu. Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá a vida ao mundo." (Jo 6:30-33) 

 O que é esse "ele"? É um homem, ou é a tua consciência? É a Consciência divina aparecendo como a tua consciência individual a dar vida a teu corpo, a sustentar tua posição social, teu lar. O pão de Deus é a Consciência divina, infinita, que aparece como tua consciência individual: é Deus a desdobrar-se, revelar-se, manifestar-se como teu ser individual. Quando souberes isto, poderás realmente crer n'Ele e esperar tudo o que for necessário na vida: todo suprimento, toda paz, todo domínio. 

 Disseram-lhe eles: "Senhor, dá-nos sempre esse pão." Tornou-lhes Jesus: "Eu sou o pão da Visa. Aquele que vier a mim jamais terá fome; e quem crê em mim jamais terá sede." (Jo: 6:34-35) 

 O mundo pensa que esse "mim" representa um homem chamado Jesus Cristo, que viveu há dois mil anos. Mas esse "mim", esse "Eu" é Deus, o Ego infinito, que aparece como o ego individual. "Eu sou o pão da vida"; e o lugar onde estou é terra santa porque Eu estou nele. Não é isto algo tremendo?! A Consciência espiritual individualiza-se como sendo tu! O mundo tem estado a dizer que Jesus Cristo é ou foi essa Consciência, esse Eu, mas como nos poderá tal coisa ajudar, se somente Jesus é essa Consciência, esse Eu, e eu não O sou? "

... Bem vos dizia eu que não credes, ainda que me tenhais visto. Tudo quanto o Pai me dá vem a mim; e eu não repelirei a quem vier comigo; porque desci do céu, não para cumprir a minha vontade, mas, sim, a vontade daquele que me enviou." (Jo 6: 36-38) 

 Percebe que isto se aplica a nós? Que o nosso único propósito é "fazer a vontade daquele que me enviou"? Ser algum poderia ser atraído a uma pessoa agora, ou há dois mil anos atrás, só por possuir esse alguém alguma espécie de mensagem pessoal. A menos que percebas que, não apenas eu, o autor destas palavras, vim a este mundo para fazer "a vontade daquele que me enviou", mas que esta também é a tua missão na vida, não terás alcançado o ponto mais importante de toda esta obra. 

 A FINALIDADE DA VIDA 

 Eis diante de nós um dos assuntos mais importantes do mundo. Para quê nascemos? Não é possível que tenhamos vindo a este mundo simplesmente para ganharmos a vida, nos procriarmos, fazer serviços domésticos, escrituração mercantil ou seja lá o que for que o destino nos reserve, apenas pelo privilégio de, no final das contas, nos deitarmos para morrer. Se vivemos a fazer somente essas coisas, é porque ainda não descobrimos nossa verdadeira vocação. 

 Contudo, no momento que identificares a Deus, a Consciência infinita, como a tua consciência individual, transporás os limites do teu ambiente, por mais fechado que pareça. Sentirás o impulso insopitável de conhecer a finalidade da tua vida, porque todos nós temos uma alta missão a cumprir neste mundo. "Não está escrito na vossa lei... Sois deuses?" (Jo 10:34). Sempre o Mestre tentou alçar a consciência pessoal do homem ao nível que permitisse a este o reconhecimento da própria e verdadeira identidade, Deus - que és, que somos. Jesus simplesmente aconselhou seu povo a ser o que ele era. "

... É esta a vontade de quem me enviou: que todo homem que vir o Filho e crer nele tenha a vida eterna... (Jo 6:40) 

 Se puderes sentir ou perceber que Deus trabalha através de alguma pessoa, terás então que reconhecer que Ele trabalha igualmente através de ti, porque a experiência dessa pessoa era como a tua, antes que o Espírito a tocasse. O objetivo do ensino da verdade espiritual é elevar o nível de nosso entendimento a ponto de nos podermos aperceber de nossa verdadeira identidade. Se puderes crer que notaste sinal de Consciência espiritual, ou Consciência-Deus, emanar de algum instrutor espiritual, estarás crendo que "o Filho" está nele e, nesse momento, estarás salvo. Serás de tal modo levantado que saberás que o que é verdade a respeito dele o é também com relação a tua própria identidade. Se assim não o for, será porque o que notaste nesse instrutor não é real. Deus não olha as pessoas. Atenta na história da vida de todos os líderes espirituais e descobrirás que, antes de se tornarem líderes, aconteceu-lhes algo que despertou suas mentes do mesmerismo dos serviços domésticos ou das atividades de empregado ou do comércio, permitindo-lhes perceber o fato de que o Cristo era o próprio ser dele, o fato de que o próprio ser deles era "o Filho". 

 "... É esta a vontade de quem me enviou: que todo o homem que vir o Filho e crer nele tenha avida eterna, e eu o ressuscite no último dia." (Jo 6:40). 

 Ao te aperceberes de que "o Filho" está dentro de ti, o teu próprio ser ser´levantado a um nível de consciência que te permitirá entender que tudo o que tenha sido verdade em relação aos líderes espirituais do passado, é verdade também em relação a ti, porque o que aparece como "tu" e como "eu" é intrinsecamente o mesmo EU. 

 Murmuraram dele os judeus por ter dito: "Eu sou o pão que desceu do céu." (Jo 6:40) 

 Como os seres humanos detestam ouvir isso! Como os irrita ouvir alguém dizer: "Tenho algo de Deus dentro em mim. Sou a própria presença de Deus." Ofendem-se com isto porque acham que alguém está se colocando acima deles, julgando-se maior que eles e pretendendo separar-se dos demais. Não compreendem que isso é apenas a expressão de um princípio que todos devem e podem adotar. 

 Diziam: "Não é este, porventura, Jesus, filho de José, cujo pai e mãe conhecemos? Como diz, pois: Eu desci do céu?" 

 Tornou-lhes Jesus: "Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a mim, se não o atrair o Pai que me enviou; eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: Serão todos ensinados por Deus." (Jo 6: 42-45)  

Compreendes a mensagem? Jesus coloca-se acima de si mesmo e glorifica o Cristo, internamente. Depois volta e diz: "serão todos ensinados por Deus." Ei-lo, pois a reduzir a mínimo a personalidade humana. 

 Nosso estudo é para que Deus possa se revelar como nossa consciência individual: Eu sou o Verbo que se fez carne. O início da sabedoria é quando desviamos nossa atenção do mundo externo, do mundo dos efeitos ou aparências e começamos a perceber que o poder não se encontra nele, mas em nós, como indivíduos. É-nos dado individualmente todo o poder. Como indivíduos, nós temos domínio sobre todas as coisas que aparecem no mundo dos efeitos. 

Ao invés de darmos tratamentos, vejamos se podemos sorrir, pelo menos internamente - não abertamente, para não ofender a ninguém ou não parecer que estejamos fazendo pouco de seus sofrimentos -; vejamos se podemos sorrir na atitude de quem dissesse mentalmente: "Sim, mas eu sei que não há poder em aparências. O poder está em mim, em ti, em cada um, não importa quem seja ele. Deus, a consciência de qualquer indivíduo, é o poder. Já não mais odeio, não amo nem temo aparências externas, ou o que o homem mortal ou efeitos materiais me possam fazer." Não atribuas poderes a números, a "pães e peixes", porque eles não têm nenhum poder. "Eu sou o poder". Deus, a divina Consciência, tem que aparecer como o meu infinito suprimento espiritual, como o meu corpo espiritual, ilimitado. 

 A IMPORTÂNCIA DO ESTADO DE CONSCIÊNCIA DO CURADOR ESPIRITUAL 

 Quando recorres a um curador espiritual, que é o que pensas que te vai ajudar? tens alguma ideia sobre qual seja a razão, o modo ou processo por que se dará a cura que esperas? Será por fé cega, confiança em Deus? Ou reconheces que se opera pelo estado de consciência do curador? Quando pedes auxílio a um curador, esse auxílio vem porque ele alcançou um estado de consciência em que o mal, ou erro, seja qual for seu nome ou natureza, perdeu seu poder aparente. 

 Se pedires a ajuda de alguém que crê que a dor seja alguma coisa que se deva recear, ou que o erro seja algo odioso ou temível, não serás curado. Mas quando perdires a ajuda de um curador que não teme germes, infecções ou contágio; alguém que sabe que micróbios, infecções e contágio não existem como poder, senão simplesmente como efeitos - serás curado ui rapidamente. O que cura é o estado de consciência do curador espiritual. 

 Poder-se-á perguntar: "Onde está Deus em tudo isso?" Na consciência que sabe que não existe nada que lhe seja oposto. Deus é esse estado de consciência do curador que não teme, não odeia nem ama o erro sob forma alguma. Então, e só então, é que o curador é realmente capaz de curar. 

 Aquele que teme a doença ou sente repugnância por esta ou aquela forma de pecado, ou que critica ou condena o alcoólatra ou o libertino, revela não possuir estado de consciência capaz de curar realmente. O estado de consciência do curador é agente curativo somente na medida em que esteja isento de medo, aversão ou amor ao erro, seja qual for o nome ou a natureza deste. Se tememos certa doença e acreditamos que ela tenha o poder de matar, então não podemos curá-la. Além disso, precisamos compreender que não há um Deus sentado perto de nós aguardando oportunidade para intervir no trabalho a nosso favor. 

 Deus é Consciência espiritual infinita, em que não há pecado, doença nem morte. Na medida em que o curador reconhecer esta verdade, tal será seu estado de consciência. Ninguém superou de todo a crença de que existe poder e presença na matéria. Mas Jesus conseguiu superá-la mais do que todos os outros. 

 Há nisto um outro ponto a considerar. Talvez queiras saber por que será que um dia vais a um curador e és curado instantaneamente e, depois, em outra época, tens de voltar a ele quatro ou cinco vezes antes que se dê a cura. No primeiro caso, a cura foi instantânea porque quando pediste o auxílio do curador, este se achava num alto estado de consciência, isento de ódio, medo e amor às aparências. No segundo, a cura foi retardada porque as sugestões hipnóticas do mundo, chegadas através de rádio e televisão ou de manchetes de jornais, ou devidas a problemas de família, talvez o tivessem feito descer daquele alto estado de consciência. 

 O sistema econômico sob o qual vivemos não é o mesmo da época de Jesus. Naquele tempo lhe era possível tomar seu manto branco, subir uma montanha, lá ficar durante quarenta dias e depois vir curar multidões. Se hoje pudéssemos fazer isso, nós também poderíamos curar as multidões. Mas a maioria dos curadores não podem fazê-lo. Para ser franco, em parte os próprios pacientes são culpados desta situação. Eles tendem a ficar ressentidos com o curador quando não o encontram à sua disposição. Querem que seja possível comunicar-se com ele durante as vinte e quatro horas de cada dia e os sete dias de cada semana, e por isso, até certo ponto, ajudam a impedir que se operem curas instantâneas. 

 Não permitem ao curador permanecer no alto estado de consciência necessário para produzi-las. O curador faria melhor trabalho se pudesse ausentar-se frequentemente por períodos de dois ou três dias de cada vez. 

 Não há mistério nem milagre em relação à cura. Esta resulta diretamente da influência do estado de consciência daquele a quem se recorre. Ao pedires o auxílio do curador, entras em contato com a consciência dele. Se ele sempre estivesse num estado de consciência divina, infinita, toda vez que lhe pedisses ajuda serias curado imediatamente. Se a cura não segue de imediato ao pedido de ajuda, é unicamente porque o curador ainda não alcançou esse estado de consciência, ou, se o alcançou, não o mantém. 

 Farás curas à medida que te aperceberes desta verdade: Deus é que é a tua consciência divina, e não a tua mente pensante. 

 Quando alguém te pedir ajuda, volta-te, imediatamente e sem hesitar, ao teu mais alto entendimento, sabendo que o auxílio está chegando na medida de tua percepção de Deus como consciência individual, consciência que nada sabe acerca do erro e nem toma conhecimento de forma alguma de erro e que, por isso mesmo, não o odeia, não o teme, nem o ama. 

 Na proporção em que estudares, na medida em que meditares, Deus ou a Verdade, Se manifestará e Se revelará como a tua consciência individual.

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