Rasgando
Véus
Em algum momento da vida, cada um de nós indagou a si mesmo
sobre as questões fundamentais da existência. Quem sou? De onde vim? Para onde
vou? São perguntas com que todos nos deparamos. Porém, somente alguns de nós
resolvem engajar-se verdadeiramente na busca por suas respostas.
Algumas pessoas contentam-se com a ideia de que não nos cabe
respondê-las, ou mesmo que é impossível para nós, na condição de meros seres
humanos, saber o significado dessas questões.
Pois eu penso que sim, que é possível descobrirmos quem
somos, de onde viemos e para onde vamos. Mas essas são respostas que não
encontram-se prontas e à mostra. Tampouco irão apresentar-se facilmente a nós.
Aliás, se não estivermos prontos para conhecê-las, por mais
que se – de algum modo – elas viessem a surgir milagrosamente diante de nós,
não seríamos capazes de reconhecê-las como respostas verdadeiras.
A disposição interna de olhar além das meras aparências, a
busca constante pela verdade por detrás de cada situação e, ainda, a capacidade
de reconhecer nossas falhas de julgamento e corrigi-las são fatores
indispensáveis àquele que se dispõe a rasgar os véus que encobrem a verdade.
Assim, a humildade sincera é imprescindível àquele que
almeja ampliar seu nível de consciência acerca da realidade que o circunda. Sem
humildade, nosso entendimento fica circunscrito àquilo que nossa vaidade
permite enxergar.
É preciso também força, pois nem sempre as coisas são como
gostaríamos que fossem. Assim, precisamos ser fortes para prosseguir num
caminho que, apesar de correto, é também espinhoso.
Além de humildade e força, só conseguimos nos manter no
caminho da busca pela verdade – pela nossa verdade – se formos persistentes. As
respostas mais importantes não serão encontradas desde logo; por isso a
persistência faz-se necessária. Caminham ao lado dela a fé, a esperança e
também a paciência.
À humildade, força e persistência deve ser adicionada a
certeza do objetivo que se busca. Se queremos rasgar os véus que nos impedem a
visão límpida de nós mesmo e daquilo que nos cerca, devemos ter a confiança de
que é possível rasgá-los.
Se somos capazes de formular tais perguntas, se elas nos
inquietam, somos também capazes de encontrar respostas para elas. E essa
convicção deve ser inabalável, pois se deixarmos de acreditar que um objetivo
pode ser alcançado, nesse momento ele se torna inalcançável.
Por outro lado, nada é irrealizável a menos que pensemos que
seja.
Assim, somada a todas as atitudes internas já mencionadas –
e a muitas outras que aqui não foram tratadas –, essa certeza funciona como uma
força propulsora que nos direciona às verdades maiores.
Se você leu esse texto até aqui, é porque a semente da busca
pela verdade existe em seu interior. Basta agora tornar-se o ambiente propício
para que ela cresça e se desenvolva, guiando então suas ações, sempre, é claro,
imbuídas de amor, respeito, compreensão, bondade e serenidade.
Não há ilusão capaz de sobrepujar a busca pela verdade. O
desejo sincero de elevar nossa consciência para além do que é visto normalmente
é também a força que nos permite rasgar véus e enxergar com clareza.
Basta querer, basta lutar, basta tentar e aprender.
Boa jornada!
http://vozdaalma.com.br/pensamentos/rasgando-veus/
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