“O
silêncio que nos cura”
Juan
Arias
Neurocientistas,
estudiosos das funções dos mecanismos cerebrais, estão descobrindo a dimensão
terapêutica do silêncio. Dizem que, em contraposição ao ruído, o silêncio está
se revelando um antídoto fundamental de prevenção, por exemplo, em distúrbios
mentais como a depressão ou na doença de Alzheimer. E no bem-estar geral do
organismo, a começar com um sono melhor e mais profundo.
E esses
mesmos especialistas na dinâmica do cérebro e da memória alertam, por sua vez,
para a falta de espaços de silêncio em nossa civilização do ruído extremo, à
qual se acrescentou o “estrondo” [inútil e superficial] das redes sociais. O
silêncio hoje se esconde, envergonhado, nos nichos dos que estão descobrindo as
suas vantagens para o corpo e para a alma.
Se a
busca do silêncio foi um dia objetivo dos mosteiros, monastérios e retiros
isolados em montanhas onde, aliás, os monges que tinham escolhido o silêncio
viviam até 20 anos mais do que as pessoas comuns, hoje começa a ser uma busca
das pessoas mais aprisionadas pelo ruído físico ou mental.
Se um
dia o silêncio foi um luxo de poetas e místicos, hoje sua prática está se
disseminando e é recomendada pelos médicos, na forma da meditação, exercícios
de yoga ou fuga do barulho das grandes cidades para buscar, na nostalgia da cidadezinha
perdida da infância, o silêncio da natureza [a base da nossa civilização é
ARTIFICIAL, existe pouco espaço para àquilo que é fundamental em nossa
existência: A NATUREZA].