A Maturidade De Não Culpar Ninguém Pelo Que Me Acontece
Por Portal Raízes
Você se lembra de quando era pequeno? A infância é uma época
maravilhosa e é por isso que, frequentemente, voltamos a olhar para trás com
nostalgia. É o período em que estamos descobrindo o mundo e, simultaneamente,
sentimos a segurança que o cuidado dos adultos nos proporciona.
Na infância e na adolescência, são nossos pais ou
responsáveis quem se encarregam de nos proteger, de suprir nossas necessidades
e, não menos importante, de tomar as decisões por nós. É por isso que crescer é
uma experiência agridoce; a verdade é que perdemos em comodidade e segurança,
mas ganhar algo muito valioso: a liberdade.
Com o passar dos anos, progressivamente, tomamos as rédeas
de nossa própria vida e surge a maturidade. O mais imediato é que trabalhemos
para tomar conta de nossas necessidades básicas, mas há outros aspectos pelos
quais também temos que aprender a nos responsabilizarmos: nossos laços
afetivos, por exemplo, ou nossa saúde mental.
É na forma como lidamos com essa responsabilidade que está a
diferença entre o crescimento e o amadurecimento. O tempo passa implacavelmente
e todos nós crescemos, mas a forma como nos responsabilizados por nossas
emoções é o que determinará se, além de termos crescido, também amadurecemos.
A maturidade nos ensina a procurar soluções antes de
culpados
Tomar decisões implica experimentar emoções relacionadas ao
medo de errar e à incerteza. Tanto é assim que, às vezes, nos bloqueamos e
temos muita dificuldade em escolher um caminho ou outro.
Mas a verdade é que todos nós vamos errar, porque cometer
erros é parte do processo de aprendizagem. Você se lembra de quando estava
aprendendo a somar na escola? No início, fazer as contas era muito complicado e
cometíamos muitos erros mas, com a prática, somar se tornou uma habilidade
básica.
Assumir que erramos envolve um complexo processo de reflexão
e análise dos fatos, e é por isso que, às vezes, é mais fácil procurar razões
externas que justifiquem nossos erros. Aqui é onde entra o jogo da culpa.
Frequentemente, quando encontramos obstáculos ou temos um problema, nossa mente
se empenha em encontrar culpados.
Até quando tropeçamos em um objeto inanimado colocamos a
culpa dele estar no meio do caminho.Isso nunca aconteceu com você? Você está
andando distraído pela calçada e bate contra um brinquedo que não deveria estar
ali, machucando justamente aquela parte mais dolorosa da ponta dos pés: o
dedinho. Sem pensar duas vezes, você escuta a si mesmo criticando o “maldito
brinquedo”.
É natural e humano culpar os outros, a frustração procura
culpados. Mas quem tem maturidade emocional consegue pular essa fase
Mas o que acontece quando o obstáculo que encontramos é algo
mais importante que um brinquedo no meio da calçada? Pode ser que você não seja
aprovado, repentinamente, em uma prova para a qual acreditava estar preparado,
ou que não renovem seu contrato de trabalho, ou que tenha problemas ao
conversar com seu parceiro, ou que seu pai se chateie com você quando expressa
a sua opinião.
Se nós não refletirmos, se nos deixarmos levar pelas
emoções, a culpa será algo que aparece com luzes de neon em nossa mente. Pode
ser que coloquemos a culpa nos demais, na circunstância e inclusive em nós
mesmos. Mas, pare e pense: a culpa ajuda em quê?
Quando responsabilizamos os outros ou nós mesmos pelo que
acontece estamos nos concentrando em emoções e atitudes negativas: a raiva e a
frustração nos invadem, sentimos tristeza ou rancor, mas não avançamos. Em
resumo, somos mais infelizes.
No entanto, se atravessarmos essas emoções negativas e
chegarmos ao outro lado, nos daremos conta de que, além de quem quer que sejam
os culpados, existe algo muito mais útil: empreender uma ação que nos ajude a
mudar a situação. Se procurarmos as soluções, estaremos emitindo a nós mesmos a
mensagem de que, seja o que foi que houve de errado, podemos tratar de
consertar e vamos trabalhar nisso.
“Procuremos ser mais pais do nosso futuro do que filhos do
nosso passado”. Miguel de Unamuno
Certamente você se recorda de alguma situação parecida com
esta: algo de injusto aconteceu com você, por exemplo, você falhou em uma prova
na qual pensava ter ido bem. Você se sente mal revendo em sua mente a situação,
se queixa do professor ou de si mesmo. Procura culpados.
Está paralisado pensando no que aconteceu, que pertence o
passado, e o passado não pode ser modificado. A culpa nos bloqueia.
Mas se você mudar o chip e decidir fazer algo a respeito:
talvez solicitar uma revisão, talvez estudar os temas nos quais tirou notas
baixas, talvez pedir ajuda, as emoções mudam. A frustração se transforma em
motivação. Amadurecer é aprender a passar do primeiro estado para o segundo.
Assim, da próxima vez que algo der errado e você perceber
que está procurando os culpados, pense no que você pode fazer de melhor para
virar essa página. As emoções negativas são inevitáveis, mas se buscarmos
soluções em vez de culpados, em algum momento, nos daremos conta de que
deixamos a situação para trás e estamos avançando em direção aos nossos objetivos.
Texto extraído de A Mente é Maravilhosa
http://www.portalraizes.com/maturidade-emocional/
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