domingo, 11 de março de 2018

O autismo não vem com manual: vem com pais que não se rendem


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O autismo não vem com manual: vem com pais que não se rendem

O autismo não vem com manual. Vem com pais que não se rendem, que levam seus filhos à terapia enquanto outros pais levam os deles ao futebol ou ao balé. São mães que passam horas pesquisando para saber o que os seus filhos precisam, são famílias que lutam todos os dias contra a invisibilidade e pela felicidade daqueles que mais amam.

Nenhum filho com autismo é igual ao outro. No entanto, a sociedade os rotula confundindo termos, usando estereótipos sem compreender que por trás de cada diagnóstico existe uma pessoa única e excepcional. Alguém com necessidades particulares e com uma família por trás que batalha todos os dias, não só pela sua integração, mas pela sua inclusão.

Quero que você saiba que eu te vejo. Você é um pai ou uma mãe de um filho com TEA (Transtorno do Espectro Autista), e vejo você lutando todos os dias com professores, médicos e terapeutas. Vejo você chorando às escondidas e sorrindo para o seu filho. Quero que você saiba que ninguém mais que você sabe o que é o amor sincero.

Um dado a ter em conta é que os casos de autismo estão aumentando nos últimos anos. Segundo diversos estudos da Sociedade Americana de Autismo, 1 em cada 150 crianças recém-nascidas serão diagnosticadas com TEA (Transtorno do Espectro Autista).

O motivo desta realidade não está completamente claro. Por um lado está a eficácia no próprio diagnóstico e a detecção mais precoce, mas por outro está o grande enigma encerrado na genética e neste transtorno biológico cuja causa ainda não é conhecida com exatidão.
No entanto, e seja como for, estamos diante de um fato relevante: o autismo é cada vez mais comum e há mais famílias que necessitam do nosso reconhecimento e do nosso apoio.

O autismo, este grande desconhecido

O autismo é um grande desconhecido para a maior parte da população. Muitos o associam às pessoas com capacidades extraordinárias, gênios na matemática ou muito hábeis na memória visual, mas com comportamentos tímidos, rígidos e estereotipados.

A criança autista também não é reconhecida com facilidade pelos seus pais. Se o bebê não nos olha nos olhos aos 6 meses, não é nada demais, ele vai fazer isso aos 8 ou 10 meses. Se aos dois anos não aponta para as coisas, não interage e é tímido, não tem importância, porque no fim das contas ele é bastante inquieto. Se o nosso filho com quatro anos não fala, talvez seja porque tenha algum problema de audição.

Como imaginar que todos esses comportamentos descrevem na verdade uma criança com TEA? Não é algo fácil de assumir. Em especial porque os pais têm expectativas muito diferentes sobre o desenvolvimento dos seus filhos. Ter que enfrentar as provas, a angústia e o estresse associado à ideia de como serão as suas vidas a partir deste dia é algo terrivelmente delicado.

No entanto, é então que se inicia a batalha mais dura, altruísta e bonita dos pais pelos seus filhos.

Ser o melhor terapeuta para o seu filho com autismo

É bem possível que você já conheça o caso de Iris Grace. Esta menina britânica foi diagnosticada com autismo severo com pouco mais de 4 anos. Os médicos disseram aos seus pais que provavelmente a menina não falaria nunca, nem mostraria nenhum tipo de conexão com o seu meio.

Eles erraram. O diagnóstico foi correto, mas não o prognóstico. Porque sua mãe, Arabella, lutou desde então para conseguir que sua filha se conectasse com o mundo de alguma forma. Algo que conseguiu de duas formas muito concretas. Através da pintura e, em especial, graças à sua gata, Thula. Um animal com um instinto natural e prodigioso para cuidar de crianças como Iris.

Desde o dia que Thula chegou à vida da menina, Iris começou a praticar diariamente algo que seus pais ainda não haviam visto nela: os sorrisos.

Como maximizar as habilidades do meu filho autista

Haverá dias complicados, tão escuros e amargos que vai parecer que a criança não está progredindo, mas sim retrocedendo por completo. Mas, por mais duro que pareça, a sombra da rendição não aparece jamais na mente de uma mãe ou de um pai de um filho autista.

O apoio dos bons profissionais e das associações são pilares essenciais no dia a dia, mas além disso, não podemos nos esquecer destas chaves simples e mágicas ao mesmo tempo.

•Mantenha uma visão positiva do seu filho e acredite nele, porque ele pode conseguir mais coisas do que você pensa.

•Aproveite os seus interesses para tirar partido de algo em concreto. Às vezes objetos tão díspares como uma torradeira, uma caixa de pregadores de roupa ou umas esponjas coloridas se transformam em estímulos maravilhosos para construir novos aprendizados.

•Faça uso de estímulos visuais com cores atraentes. Qualquer detalhe ou aspecto novo quebra seu tédio, seus comportamentos estereotipados.

•Utilize o método “sanduíche”, muito adequado para o autismo (assente algo que ele domina; introduza algo novo; assente novamente o que ele já controla).

•Aprenda a ignorar alguns comportamentos e a reforçar outros através de elogios e reforços positivos.

Procure fazer com que todo instante passado com seu filho autista seja de qualidade, relaxado e com estímulos adequados e atraentes para ele ou ela. Porque acredite ou não, se você chega cansado/a ou com tensão, a criança irá pressentir o estresse ou a ansiedade em você e isso irá se refletir no comportamento dela.

Para concluir, é necessário entender que o autismo não é ausência de comunicação ou de sentimentos. As crianças autistas sentem, pensam, se esforçam diariamente e se comunicam, só é preciso saber entendê-las. Porque quem “puxa a corda” dessa criança autista descobre uma pessoa autêntica, original, tenaz e maravilhosa.

Assim como seus próprios pais e mães.

Por Resiliência Humana

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