Meditação
da Compaixão
Gostei
muito do texto e da meditação da compaixão.
Quando
compreendemos e praticamos a meditação da compaixão, o universo se move com a
compaixão divina ao nosso favor.
A
compaixão é um estado divino de Ser. O egocentrismo é infantil e egoísta , e se
preocupa com a própria vida, e não tem o magnetismo do amor universal de
compaixão.
O amor
atrai o amor, amigos, felicidade e união.
Se você
estiver isolado pratique esta meditação, envie amor e atraia o amor, a
compaixão para sua vida.
A
compaixão não julga, não condena, não critica, ela aceita incondicionalmente o
outro e a si mesmo.
Faça
primeiro exercícios de meditação da compaixão para sua vida, para o seu
coração.
Acredito
que o carma nasce no terreno que a semente da compaixão não nasce.
Procure
um lugar onde possa praticar a compaixão,
medite e compreenda a compaixão.
Mas,
primeiro ame a si mesmo com o amor universal da vida e de Deus.
Dharmadhannya
A
prática de Tonglen é uma meditação ativa, que através da respiração associada à
visualização e à intenção amorosa e um
desejo auspicioso de beneficiar uma pessoa em sofrimento ou grupo, pode nos
ajudar no despertar da compaixão inata.
É uma das meditações mais praticadas no
budismo tibetano. Sogyal Rinpoche sobre a prática de tonglen:
“De todas as práticas que eu conheço, a
prática de tonglen, que em tibetano significa “dar e receber”, é uma das mais
úteis e poderosa.
Quando
você sentir que está trancado em si mesmo, tonglen abre-lhe a verdade do
sofrimento dos outros; quando seu coração está bloqueado, ela destrói as forças
que estão obstruindo-o; e quando você se sente distante da pessoa que está com
dor antes de você, ou amargor ou desespero, ela ajuda você a encontrar dentro
de si mesmo e em seguida revelar o amoroso esplendor, a expansão de sua
verdadeira natureza.
Nenhuma outra prática que eu conheço é tão
eficaz em destruir a auto agarramento, auto apreço e auto absorção do ego, que
é a raiz de todo o nosso sofrimento e a raiz de toda dureza de coração” –
Capítulo 12, “O Livro Tibetano do Viver e do Morrer”.
Instruções
para a Prática de Tonglen
Por
Pema Chodron
Para
podermos sentir compaixão pelos outro precisamos sentir compaixão por nós
mesmos. Para podermos sentir compaixão por pessoas que têm medo, ciúme,
compulsões de todo tipo, arrogância, orgulho ou que sejam egoístas, más e tudo
o mais, precisamos poder sentir compaixão por nós mesmos, não fugindo da dor
que todas estas emoções nos causam.
A
prática de tonglen nos faz mais compreensivos, mais bondosos; aprendemos um jeito
novo de lidar com a dor. Em vez de nos defendermos e nos protegermos, abrimos
os nossos corações e permitimos que se instale a dor que vai nos purificar e
nos aproximar dos outros.
A prática de tonglen é um método de nos
associar ao sofrimento—o nosso e o daqueles que nos rodeiam onde quer que
estejamos.
É uma
forma de lidar com o medo de sofrer e dissolver o aperto que sentimos no
coração. É sobretudo um método para despertar a compaixão inerente a todos os
seres por mais cruéis ou frios que possam parecer.
Começamos
a prática trazendo para nós o sofrimento de alguém que queremos ajudar. Por
exemplo, uma criança que sofre. Inspiramos o sofrimento e a dor da criança.
Depois, na expiração, devolvemos felicidade,
alegria, ou o que quer que seja que alivie o sofrimento.
É o
cerne da prática: inspirando a dor dos demais para que possam estar bem e
encontrar um espaço em que possam relaxar e se abrirem, devolvemos
tranquilidade ou o que quer que possa trazer felicidade.
Acontece muitas vezes não conseguirmos fazer a
prática porque nos defrontamos com o nosso próprio medo, resistência, raiva ou
a dor que sentimos: reagimos como de costume e nos é mais possível estar
plenamente presentes.
Então,
desviamos o enfoque da prática do outro para nós mesmos e fazemos tonglen para
este sentimento de incapacidade e para os milhões de outros que, como nós neste
preciso instante, também são invadidos por fortes sentimentos que impedem de
estar plenamente presentes.
Talvez
possamos até dar um nome ao sentimento: terror, nojo, raiva, carência ou desejo
de vingança. Inspiramos por todos aqueles aprisionados nesta mesma emoção e
devolvemos alívio ou o que quer que abra espaços para mim e para os inúmeros
outros.
Talvez
não possamos dar um nome à emoção ainda que ela esteja presente no corpo, num
nó no estômago, na sensação de uma escuridão pesada, exploramos esta sensação e
inspiramos, trazendo-a para nós mesmos, por todos nós e devolvemos alívio para
todos nós.
Muita
gente diz que esta prática é contrária aos nossos hábitos. De fato, ela é
contrária a nossa forma de querer que a vida se desenrole conforme os nossos
desejos, fazendo com que tudo venha ao encontro do que queremos quaisquer que
sejam as consequências para os demais.
A prática dissolve as muralhas que erguemos ao
redor do coração, dissolve a armadura com que nos protegemos. Em termos
budistas diz-se que dissolve a fixação e apego do ego.
Tonglen
reverte nosso hábito de evitar o sofrimento e buscar prazer e no processo nos
liberamos da velha masmorra do egoísmo. Começamos a ter amor por nós mesmos e
pelos demais e começamos a cuidar de nós mesmos e dos demais.
Desperta
a nossa compaixão e nos conduz a uma visão mais abrangente da realidade, um
espaço infinito que os budistas chamam de vacuidade. A prática nos conduz à
vastidão da dimensão do nosso ser. Constatamos que o que nos provocava fortes
reações anteriormente já não nos parece tão sólido nem tão importante.
Podemos
praticar tonglen para os enfermos, para os que estão no processo de morrer,
para os que acabam de morrer, para os que sofrem.
Pode-se fazer a prática num período da
meditação formal ou onde quer que se esteja. Por exemplo, se pela rua
encontramos alguém sofrendo ali mesmo inspiramos a sua dor e devolvemos alívio.
Ou, o que também acontece, encontramos alguém
sofrendo e nos afastamos porque temos medo ou raiva, resistência ou confusão.
Assim, ali mesmo, fazemos tonglen para todas as pessoas como nós que querem ser
compassivas mas têm medo.
Usamos
a nossa própria incapacidade como uma alavanca na compreensão das limitações
dos demais em todo o mundo. Inspiramos por todos que se sentem incapazes como
nós e expiramos para todos nós.
Usamos o que aparenta ser veneno como remédio.
Usamos o nosso sofrimento como o caminho para alcançar a compaixão por todos os
seres.
Quando
praticamos tonglen onde quer que estejamos, inspiramos e expiramos, assumindo a
dor e devolvendo espaço e alívio. Na meditação formal, tem quatro etapas.
1.
Tranquilizemos a mente por uns instantes para que se expanda e se acalme. Esta
etapa é denominada “fazer brilhar a bodhicitta absoluta,” uma abertura
momentânea em que se manifesta o espaço e a luminosidade naturais da mente.
2.
Trabalhamos com textura. Inspiramos uma sensação pesada de calor e escuridão, a
sensação de claustrofobia e expiramos a sensação de frescor, de brilho e luz.
Inspiramos por todos os poros do corpo e expiramos também por todos os poros do
corpo.
Praticamos
até que estas sensações estejam sincronizadas com a inspiração e a expiração.
3.
Trabalhamos com uma situação pessoal e real. A prática tradicional diz para
começarmos por alguém que nos seja querido e que queiramos ajudar.
Contudo, como aludimos acima, podemos ficar
incapacitados de continuar e então praticamos com a nossa própria incapacidade
e dor e também para a incapacidade e dor de todos os que passam pelo mesmo tipo
de sofrimento.
Por exemplo, se nos sentimos incapazes,
inspiramos para nós mesmos e para todos os demais que também se sintam
incapazes e devolvendo confiança e alívio de qualquer forma que se queira.
4.
Aumente sempre o campo da sua visualização. Se praticamos tonglen para alguém
que nos é querido estendemos a visualização para todos os que estão em igual
sofrimento.
Se praticamos tonglen para a vítima de um
desastre que vemos na TV ou na rua, fazemos tonglen para todos os que sofrem da
mesma maneira; a ideia é incluir muitos na prática.
Praticamos tonglen para todos os que estão com
a mesma raiva ou medo que também nos invade. Podemos ainda ir mais além e fazer
tonglen para aqueles que pensamos serem o inimigo.
Os que nos ferem ou ferem os demais. Fazemos
tonglen para os que estão passando pela mesma confusão e incapacidade que os
que queremos bem e também para nós mesmos. Inspiramos o sofrimento e devolvemos
alívio.
Isto
demonstra como a tonglen pode ser expandido infinitamente. A medida em que se
faz uma prática regular de tonglen a compaixão aumenta.
Aumenta
a conscientização de que as coisas não são tão sólidas quanto parecem.
Praticando gradualmente, segundo a nossa capacidade, constataremos que estamos
cada vez mais aptos a sermos úteis aos demais mesmo nas situações que
anteriormente nos pareciam insustentáveis.
Pema
Chödrön é monja budista, residente em Nova Escócia, Canadá, na Abadia de Ganpo.
Autora de muitos best-sellers, “Quando Tudo se Desfaz”, “Comece Onde Você Está”
e “Os Lugares que nos Assustam”entre outros.
Segunda
maneira de meditar Tonglen, a meditação da compaixão.
1- Primeiro, descanse sua mente
um pouco, um segundo ou dois, num estado de abertura e serenidade.
2- Segundo, use as texturas do
ar. Inspire a sensação de calor; de peso, de escuridão, e expire a sensação de
fresco, luminoso, leve. Inspire completamente, através de todos os poros de seu
corpo. Faça isso até se sentir sincronizado com seu ritmo in/out.
3- Terceiro, trabalhe com uma
situação pessoal - uma situação de dor que é real e verdadeira para você.
Tradicionalmente começamos o tonglen para uma pessoa que queremos ajudar. Mas
você pode começar a prática para uma dor que você está sentindo e
simultaneamente para todos que como você estão nesse tipo de sofrimento.
4- Finalmente, inspire toda a dor
do mundo e expire toda a felicidade possível. Se você está fazendo a prática
por alguém que você ama, estenda-a para todos que estão na mesma situação que
ela. Sinta-se no mesmo barco, com todas as pessoas.
Você pode fazer o tonglen para as pessoas que
considera inimigas - aqueles que feriram você ou que feriram outros. Faça o
tonglen para elas, pensando que elas têm a mesma confusão e estupidez que seu
amigo ou você tem. Inspire a dor delas e expire alívio para elas.
Conforme
você vai desenvolvendo essa prática, uma das
mais
poderosas e revolucionárias que existem, sua
compaixão
vai expandir-se infinitamente, e você
compreenderá
o que os físicos dizem - que as coisas não
são tão
sólidas como parecem ser.
E você
estará pronto
para
ajudar aos outros nas mais impossíveis situações.
Essa
será a prática mais necessária
no
próximo milênio...
budismopetropolis.wordpress.com
Fonte:
dharmadhannyael.blogspot.com
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