Deixar
fluir é estar em sintonia com a magia do Universo, pois tudo está ligado!
Quantas vezes não estamos querendo controlar tudo? Controlar
os acontecimentos, as situações, os outros, os nossos estados de espírito,
pensamentos e emoções… É essa necessidade de controle do homem moderno que gera
a infelicidade, a ansiedade, a inquietude e a perda de oportunidades felizes.
Precisamos aprender a deixar fluir, a soltar, a não
controlar, a darmos espaço para as energias do Universo dançarem ao nosso favor.
Uma pessoa quer muito uma coisa, não para de pensar naquilo.
No momento esperado o fato não se concretiza e a pessoa, então, fica amuada,
mal humorada, irritada. Não consegue perceber que logo ao lado o Universo lhe
trouxe uma boa surpresa, o inesperado, numa situação que traria à pessoa mais
felicidade. Mas ela não está aberta para receber, se fechou no sentimento
negativo de que as coisas não deram certo, que nada saiu como o planejado.
Aliás, este é o grande problema, estamos sempre planejando tudo. Ah! Isso serve para mim também, pois eu adoro pegar minha agenda e planejar a semana. Adoro fazer listas também, mesmo que já esteja com tudo na cabeça. Como dizia John Lennon: ” A vida é aquilo que acontece enquanto você está fazendo planos”. Mas a questão aqui não é nem tanto esta, você pode até planejar, fazer planos, mas não fique mal se as coisas não saem como você quer. Não queira controlar tudo; é como nosso amigo diz, a vida acontece!
De modo algum o que estou falando aqui tem a ver com resignação
ou destino predeterminado. Você pode e deve ser sim dono da sua vida, ter seus
objetivos e tentar alcançá-los. Mas precisa estar aberto para perceber as
oportunidades que chegam até você. É confiar numa força maior que rege o
Universo.
Quando você está em sintonia com ela, as coisas fluem
naturalmente para o seu bem, mesmo que pareça o contrário. Vou dar um exemplo
de uma situação corriqueira que aconteceu comigo. Uma ocasião eu estava longe
de casa, cansada, com fome, acabara de dar uma aula de consciência corporal e
estava doida para chegar em casa.
Quando fui chegando ao ponto do ônibus ele foi passando e não
parou. Só tinha um ônibus que servia para mim e ele não costumava passar com
muita frequência. No primeiro momento, tive o ímpeto de me rebelar e lamentar,
mas me toquei e pensei: “Não era para eu pegar esse ônibus”.
Senti um alívio e fiquei tranquila esperando o próximo que –
ao contrário do provável – não demorou muito. A certa altura, quando já estava
no ônibus, passamos por aquele que eu havia perdido. Ele estava parado e
quebrado. Os passageiros se encontravam em pé na rua e assim foram, quando
embarcaram no veículo em que eu estava.
Deixar fluir é estar em sintonia com a magia do Universo,
pois tudo está ligado. Tudo faz parte de uma grande teia energética, por mais
que você pense que não. Deixar fluir e não controlar é estar centrado, sereno e
em paz, sem deixar de estar entusiasmado e apaixonado pela vida. Em compensação,
você não tem sentimentos nocivos como a ansiedade, a preocupação, a irritação e
o mau humor.
O excesso de controle é fruto de uma sociedade que incentiva
o poder a qualquer preço. O que gera a ambição, a violência, o individualismo e
a competição desenfreada entre seres que deveriam se ajudar mutuamente.
Queremos controlar para termos poder, poder sobre tudo e todos, mas isso é uma
ilusão, pois o que acontece é exatamente o contrário.
Nós nos escravizamos agindo assim, ficamos escravos do nosso
ego e nos tornamos cada vez mais egocêntricos. Já o deixar fluir nos coloca
mais em contato com a nossa essência e com a nossa intuição, uma postura bem
mais desapegada e sábia, além de nos deixar mais conectados com as energias
criadoras do Universo.
Outro motivo para o controle é a necessidade de segurança.
Quando podemos controlar temos a falsa ideia de segurança, achamos que não nos
deparamos com imprevistos. Mas o imprevisível faz parte da vida e, se formos
pensar bem, é ele que dá graça a ela.
Precisamos nos abrir para o mistério, para o inesperado.
Precisamos ser mais aventureiros e nos deliciarmos com isso. A segurança não
existe, ela é uma ilusão, a qualquer momento tudo pode ruir, por mais “seguro”
que você esteja. Quanto mais nos apegamos às coisas, mais intranquilos ficamos.
Deixar fluir é confiar na vida e em si. É confiar na abundância
do Universo e no fato de que você é merecedor de suas dádivas. Estas que podem
te trazer experiências maravilhosas, que você jamais ousou, ou, simplesmente,
te permitir levar uma vida tranquila e agradável; é só você estar aberto e se
alinhar com o fluxo dos acontecimentos.
Deixar fluir é também respeitar o fluxo e o refluxo dos sentimentos,
dos relacionamentos e da própria vida. Deixar fluir precisa de atenção, já que
estamos tão robotizados e programados para controlarmos tudo.
No começo pode ser difícil, para mim, para você. Mas com o hábito
(e acho que tudo é uma questão de hábito, o que faz com que devamos ficar mais
atentos ainda) vamos pegando o jeito, percebendo a leveza e o bem estar que
esta postura nos traz.
É claro que existem recaídas, até porque a pressão do
entorno é muito grande, mas tornemos a nos levantar e deixemos fluir…
Por
Anna Leão. (Favor mencionar a fonte e
autoria ao reproduzir este texto).
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