Quando uma criança
morde outras crianças ela está dizendo 7 coisas
Diante desta
notícia buscamos compreender mais profundamente por que as crianças mordem e o
que fazer quando isso acontece.
Recentemente
vimos a notícia de um bebê de 6 meses de vida que foi mordido cerca de dez
vezes por um colega de 2 anos em uma creche de Piracanjuba, na região central
de Goiás. Os pais registraram o caso na Polícia Civil, que está investigando.
Nenhum pai
gosta que o professor lhe diga que seu filho mordeu ou foi mordido por outra
criança da sala. Mas não devemos, diante disso, fazer uma reflexão simplista
demais de que a culpa está tão somente na possível falta de atenção da monitora
da turma: precisamos entender as causas!
Diante desta
notícia buscamos compreender mais profundamente por que as crianças mordem e o
que fazer quando isso acontece.
As crianças
mordem a partir dos 2 a 3 anos aproximadamente. Quando começam a conhecer
emoções que antes não tinham (como ira, frustração, raiva ou ciúmes), e não
sabem como canalizar o que sentem em uma conduta positiva, o que pode ocorrer é
tentarem morder.
Ainda que
possa ser um ato que não supõe nenhum problema grave, ele é bem frequente. As
crianças ainda não sabem expressar bem o que sentem e o manifestam mordendo.
Por que as crianças
mordem?
Mas, é
claro, também acontece quando as crianças mordem os pais ou os irmãos. A
mordida expressa algo e é o que devemos averiguar. As crianças que mordem podem
dizer que existem situações dentro de casa que as alteram, tais como:
É testemunha
de atos de violência familiar;
As crianças
mordem porque sentem frustração, solidão, impotência;
Há uma
necessidade de afeto ou de autonomia;
Estão muito
alvoroçadas ou excessivamente estimuladas;
Por imitação
ou mordem porque foram mordidos;
As crianças
mordem, inclusive para expressar amor;
Mordem
quando sentem aborrecimento ou medo.
O que fazer quando as
crianças mordem?
Assim como é
comum que as crianças mordam cedo, também é frequente que deixem de fazê-lo à
medida que vão crescendo. No entanto, saber que é comum não tranquiliza os pais
das crianças que têm este comportamento, ainda menos os pais das crianças que
são mordidas.
1- Atenda a
criança mordida sem ignorar a que mordeu
Com calma e
suavidade revise a criança mordida, mas não ignore a criança que mordeu. Atenda
primeiro a criança agredida, assegure-se de que não precisa de atenção médica.
Em relação à criança agressora, evite que ela atraia toda a atenção.
Envolva a
criança que mordeu no cuidado pedagógico amoroso, para que ela possa perceber
que sua ação causou dano e dor. Não a trate com frieza, pois somente conseguirá
que a criança se feche e não diga o que causou esse comportamento.
Se o seu
filho morde outras crianças ou quando é mordido por outras crianças,
recomendamos seguir as estratégias que explicamos a seguir. São boas maneiras
de ajudar seu filho a superar esta etapa o mais rapidamente possível e também
de oferecer apoio à criança que mordeu, bem como aos pais dela.
2- Mantenha
a calma e não o castigue
Ainda que
seja fácil perder o controle com a criança que começou o problema, você deve
manter a calma. Uma resposta violenta, uma reprimenda excessiva ou um castigo
somente alimentarão os sentimentos de ira e de frustração.
Com muita
calma e suavidade, dê uma explicação simples à criança, para que entenda que
morder dói, e não deve voltar a fazer isso por mais aborrecida que ela esteja.
3- Fale com
seu filho sobre como agir quando estiver aborrecido
Ensine seu
filho que ele deve buscar ajuda de um adulto mais próximo caso se aborreça.
Como as mordidas são mais frequentes em creches e pré-escolas, ensine seu filho
que deve aprender a expressar o que não gosta e avisar a professora que está
aborrecido. Falar antes de agredir a criança que o aborreceu.
Se outra
criança lhe tirou o brinquedo que estava brincando, por exemplo, deve aprender
a dizer para a outra criança que não gostou do que ela fez. Depois avisar
imediatamente a professora o que aconteceu para que seja esta a resolver a
situação.
É claro que
é bem importante que você também fale com a professora ou cuidadora. É
necessário saber como ela está canalizando as situações agressivas que as
crianças apresentam.
4- Use
reforços positivos
Algo muito
mais efetivo que focar no comportamento agressivo, é reforçar as condutas
positivas. A partir dos 3 anos, as crianças desfrutam da companhia de outras
crianças. Cada vez que estão brincando tranquilamente com seus pares, elogie
seu bom comportamento. “Você brincou tão bem com seu amigo hoje! Isso é muito
bom!”
Ao mesmo
tempo, fale sobre o ato de morder. Quando estiverem comendo, converse sobre o
porquê se morde um pão ou uma fruta (para apreciar seu sabor, para se
alimentar), e explique por qual motivo não se deve morder os amigos.
5- Nunca
morda seu filho. Nunca!
Alguns
acreditam que se devolvermos a mordida a criança, ela entenderá que morder é
doloroso. Nada mais longe da verdade. A criança que recebe uma mordida de seus
pais aprende que é uma conduta admissível para liberar a ira e o aborrecimento.
O exemplo
que damos aos filhos é mais contundente do que os argumentos que possamos
ensiná-los. Não morda seu filho, nem sequer como parte de um jogo ou
brincadeira.
6-Vigie-o e
detenha-o
Enquanto as
crianças aprendem a se autocontrolar, temos que nos atentar aos fatores que
detonam as mordidas. Desta forma, é possível visualizar quais fatores estão
desencadeando o momento no qual as crianças tomam esta represália e evitar que
ela aconteça.
No momento
que você perceber que seu filho está a ponto de morder, seja contundente, mas
sem perder a calma. Aparte-o da situação e explique-lhe por que é ruim o que
está fazendo. “Morder machuca muito, não vou permitir que você morda seu
coleguinha”.
7- Para
finalizar
Por último,
e mais importante, lembre ao seu filho que você o ama. Pois se a pedagogia do
amor não funcionar, nenhuma outra funcionará. O amor que brinda ao seu filho o
ajudará a expressar as razões que o levam a morder e a não se controlar. Deve
ficar claro que você desaprova esta conduta, mas que nem por isso o deixou de
amá-lo.
Fonte: CONTI outra - Psicologia
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