A Cruz e seus Significados
É possível detectar a presença da cruz, seja de forma
religiosa, mística ou esotérica, na história de povos distintos e distantes
como os egípcios, celtas, persas, romanos, fenícios e índios americanos.
Seu modelo básico traz sempre a intersecção de dois eixos
opostos, um vertical e outro horizontal, que representam lados diferentes como
o Sol e a Lua, o masculino e o feminino e a vida e a morte, por exemplo.
É a união dessas forças antagônicas que exprime um dos
principais significado da cruz, que é o do choque de universos diferentes e seu
crescimento a partir de então, traduzindo-a como um símbolo de expansão.
A cruz possui assim, como todo símbolo, múltiplos sentidos;
mas a intenção não é de desenvolver todos aqui, e sim apenas alguns.
Para voltarmos ao simbolismo da cruz, diremos que ela tem
vários sentidos, mais ou menos secundários e contingentes e é natural que seja
assim, dada a pluralidade de sentidos que cabem em qualquer símbolo.
A Cruz, pode ser encontrada em um número muito grande de
variações, porém o modelo básico é sempre a interseção de dois segmentos retos,
quase sempre na vertical e horizontal. O significado do símbolo da cruz é
sempre a conjunção dos opostos: o eixo vertical (masculino) e o eixo horizontal
(feminino); o positivo e o negativo; o homem e a mulher; o superior com o
inferior; o tempo com o espaço; o ativo com o passivo; o Sol com a Lua; a vida
com a morte, etc., pois tudo no universo (e no homem) nasce e se desenvolve a
partir do choque doloroso de forças antagônicas. A Cruz afirma assim a relação
básica entre o Celestial e o terreno, e que é, através da crucificação (o
conhecimento dos opostos), que se chega ao centro de si mesmo (a iluminação)
Cruz simples:
Em sua forma básica a cruz é o símbolo
perfeito da união dos opostos, mantendo seus quatro “braços” com proporções
iguais. Alguns estudiosos denominam esta como Cruz Grega. Uma cruz simples
representa a redução à unidade, campo de manifestação exterior que, partindo de
um ponto central expande-se nas quatro direções. Também conhecida como crux
immissa quadrata. Todos os seus braços têm o mesmo comprimento.
Da forma como sempre foi conhecida, a cruz grega é um
mistério que deixou mais de um cientista perplexo, por que ela é encontrada a
um grande número de inscrições indecifráveis pelo arqueólogos. É encontrada no
Iucatã e na América Central em particular.
Cruz de Santo André:
Usada na bandeira nacional da Escócia,
também é chamada crux decussata. André se recusou a ser crucificado em cruz
semelhante a de cristo por se achar indigno, e suplicou para ser crucificado
nessa cruz em forma de X. Essa cruz é simbolo da humildade e do sofrimento. Em
heráldica, dá-se o nome de sautor ou aspa à cruz em forma de X.
Cruz de Santo Antonio (Tau):
Recebeu esse nome por
reproduzir o desenho da 19a letra grega Tau. Para os gauleses a Tau
representava o martelo (mjolnir) do deus escandinavo THOR. Já era usada como
significado simbólico pelos antigos egípcios, como a representação de um
martelo de duas cabeças, o sinal daquele que faz cumprir.
Cruz Cristã:
Definitivamente o mais conhecido símbolo
cristão, que também recebe o nome de Cruz Latina. Os romanos a utilizavam para
executar criminosos. Por conta disso, ela nos remete ao sacrifício que cristo
ofereceu pelos pecados das pessoas. Além da crucificação, ela representa a
ressurreição e a vida eterna.
Na sua simbologia, a Cruz Latina tem dois significados:
A trave horizontal significa o Alfa e o Ómega, ou seja, o
princípio e o fim.
A trave vertical significa, na visão de alguns, a ligação
entre o céu e a terra.
Cruz de Anu:
Utilizada tanto por assírios como caldeus para
representar seu deus Anu, esse símbolo sugere a irradiação da divindade em
todas as direções do espaço.
A realeza de Anu foi talvez a mais longa; corresponde à
aurora da civilização e sem dúvida aos tempos proto-históricos; daí a
circunstância de não possuirmos quase nenhuma prova da sua supremacia. Mas o clero de Uruk, lugar do culto de Anu,
conservou-nos a história da “exaltação de Istar”. Preso aos encantos de Istar,
Anu desejava, há muito tempo, pô-la em pé de igualdade com ele; consulta,
então, os deuses sobre a oportunidade de reabilitar sua amante; o “conselho de
família” das divindades é unânime a lhe sugerir que regularize sua situação com
a formosa deusa. Anu, então, eleva Istar até junto do seu trono; seu nome de
casamento será Antu, a forma feminina do nome do esposo, como Nin-lil é a forma
feminina de Enlil. Depois dessa exaltação, Ismr, a sumeriana Inin, ocupa lugar
de destaque no céu, junto de Anu e se identifica com o planeta Vênus.
Cruz Ansata (anhk):
Um dos mais importantes símbolos da cultura
egípcia. A Cruz Ansata consistia em um hieróglifo representando a regeneração e
a vida eterna. A idéia expressa em sua simbologia é a do círculo da vida sobre
a superfície da matéria inerte. Existe também a interpretação que faz uma
analogia de seu formato ao homem, onde o círculo representa sua cabeça, o eixo
horizontal os braços e o vertical o resto do corpo.
Ansata ou Ankh é uma cruz egípcia, considerada como o
símbolo da continuidade da vida, da eternidade, da imortalidade e da vida após
a morte.
Um dos símbolos mais importantes da tradição egípcia, ela é
encontrada a partir da quinta dinastia egípcia, mais freqüentemente nos templos
de Luxor, Medinet Habu, Hatshepsut, Karnak e Edfu. O Ankh pode ser encontrado
no túmulo de Amenhotep II onde o deus egípcio Osíris entrega ao faraó a Ankh,
que o concederia o controle sobre o principio dos ciclos naturais, conquistando
assim o dom da imortalidade. No século XIX a cruz ansata foi adotada por
correntes esotéricas e ocultistas do ocidente, como forma de resgate da
tradição egípcia. No Brasil, o cantor Raul Seixas foi um dos popularizadores do
Ankh. O selo da Sociedade Alternativa criada por ele possuía um Ankh com dois
degraus na haste inferior, simbolizando a ascensão do mago nos degraus da
iniciação rumo à imortalidade.
A Cruz é constituída por um círculo entrelaçado a duas
pontas opostas, simbolizando a unidade (círculo) originária da síntese dos
opostos(duas retas), ou o nascimento da dualidade a partir de uma unidade
fundamental. Outros estudiosos acreditam que seu símbolo esteja associado a
Isis e Osíris, sendo a cruz uma representação da união entre ambos. Em
sociedades esotéricas o Ankh também foi usado como símbolo da imortalidade e da
vida eterna. ank_rosacruz A Ordem Rosacruz adotou a cruz ansata como representante
da união do céu e da terra e da permanência da Tradição Egípcia entre os
rosacruzes modernos. Os Ocultistas afirmam que a Cruz Ansata encerra um
simbolismo muito profundo no Esoterismo.
O significado mais simples e mais atribuído ao ankh é o de
“vida”. Seu símbolo está ligado ao poder de dar e de sustentar a vida, e por
isso vemos muitas pinturas dos deuses egípcios carregando o ankh.
A origem do símbolo é desconhecida e diversas explicações
são possíveis. A que mais me agrada é que ele representa a união do masculino
(Osíris, cruz, falo) com o feminino (Ísis, oval, vulva), ou seja, as
antiqüíssimas dicotomias céu/terra, masculino/feminino, ativo/passivo etc. já
estariam presentes ali.
Já era usado como amuleto na antiga Kemet (“terra dos negros”)
– que depois foi chamada de Egito pelos gregos, sendo um símbolo de força e
proteção trazidas pelos deuses.
É considerado também uma chave que leva à vida eterna.
Cruz Gamada (Suástica):
A suástica representa a energia do
cosmo em movimento, o que lhe confere dois sentidos distintos: o destrógiro,
onde seus “braços” movem-se para a direita e representam o movimento evolutivo
do universo, e o sinistrógiro, onde ao mover-se para a esquerda nos remete a
uma dinâmica involutiva. No século passado, essa cruz adquiriu má reputação ao
ser associada ao movimento político-ideológico do nazismo.
A Cruz gamada é um símbolo místico encontrado em diversas
culturas em diferentes tempos,dos índios Hopi aos Astecas, dos Celtas aos
Budistas, dos Gregos aos Hindus. Em diversas culturas é um símbolo basicamente
relacionado com boa sorte.
A cruz gamada é também conhecida como Suástica.
Hitler adotou a suástica como símbolo do partido nazista por
ela parecer com uma engrenagem, com o intuito de querer passar a idéia de que
ocorreria uma nova revolução industrial na Alemanha, porém isto não aconteceu e
hoje a suástica só é lembrada como símbolo nazista e relacionada ao holocausto.
cruz gamada A cruz gamada se tornou um tabu, em muitos
países sua exibição é um crime, inclusive aqui no país, e seus outros
significados foram totalmente esquecidos, até porque a mídia só lembra-se de
difundi-la como símbolo do partido nazista.
Devemos quebrar este tabu, a cruz gamada pode ter sido
chamada de suástica, pode ter sido símbolo do partido nazista e ser usada por
neonazistas, mas, além disso, é um símbolo importante para diversas culturas,
devemos deixar de lado a visão sensacionalista da mídia e lembrar-se do que
realmente significa a cruz gamada basicamente : boa sorte.
A Origem da Cruz Suástica
A suástica ou cruz gamada como também é conhecida é um dos
símbolos místicos mais difundidos e antigos do mundo. É encontrado do extremo
Oriente à América Central, passando pela Mongólia, pela Índia e pelo norte da
Europa. Foi conhecido dos celtas, dos etruscos, da Grécia antiga. Alguns
quiserem remontá-lo aos atlantes, o que é uma maneira de indicar sua remota
antiguidade. Qualquer que seja sua complexidade simbólica, a suástica, por seu
próprio grafismo, indica manifestamente um movimento de rotação em torno do
centro, imóvel, que pode ser o ego ou o pólo. É, portanto, símbolo de ação, de
manifestação, de ciclo e de perpétua regeneração.
A difusão, a antiguidade e as diferentes suásticas
A suástica é encontrada, dos índios Hopi, aos Astecas,
Celtas, Budistas, Gregos, Hindus, etc. As suásticas Budista e Hopi parecem
reflexos no espelho do símbolo nazista. Alguns autores acreditam que a suástica
tem um valor especial para ser encontrada em muitas culturas sem contatos umas
com as outras.
Os símbolos a que chamamos suástica são muitas vezes bastante
distintos. Vários desenhos de suásticas usam figuras com três linhas. Outras
chamadas suásticas consistem de cruzes com linhas curvas. Os símbolos islâmicos
e malteses parecem mais hélices do que suásticas. A chamada suástica celta
dificilmente se assemelha a uma, mas seria uma forma secundária, como tais são
outras.
A simbologia da suástica, em todos os casos totalizante, é
encontrada na China, onde a suástica é o sinal do número dez mil, quer é a
totalidade dos seres e da manifestação. É também a forma primitiva do caráter
fang, que indica as quatro direções do espaço. Também poderia ter uma relação
com a disposição dos números do Lo-chu, que, em qualquer caso, evoca o
movimento do giro cíclico. Considerando-se sua acepção espiritual, a suástica
às vezes simplesmente substitui a roda na iconografia hindu, por exemplo, como
emblema dos nagas. Mas é também o emblema de Ganeça, divindade do conhecimento
e, às vezes, manifestação do princípio supremo. Os maçons obedecem estritamente
o simbolismo cosmográfico, considerando o centro da suástica como a estrela
polar e as quatro gamas que a constituem como as quatro posições cardeais da
Ursa Maior. Há ainda formas secundárias da suástica, como a forma com os braços
curvos, utilizada no País Basco, que evoca com especial nitidez a figura da
aspiral dupla. Como também a da suástica clavígera, cujas hastes constituem-se
de uma chave: é uma expressão muito completa do simbolismo das chaves, o eixo
vertical correspondendo à função sacerdotal aos solstícios, o eixo horizontal,
à função real e aos equinócios (CHAE, CHOO, DANA, GRAP, GUEM, GUEC, GUET, GUES,
VARG).
Muito se especula sobre a origem da suástica como símbolo
distintivo do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores. Contudo, é o
próprio livro de Hitler, Meín Kampf, que explica a escolha da cruz gamada.
Foi por volta de 1920 que a liderança do então pequeno
Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães via crescer as fileiras
de adeptos e carecia, portanto, de se ter uma bandeira ou um símbolo para os
seus partidários. Consciente desta necessidade, Adolf Hitler explica em seu
livro Meín Kampf, como adotou a cruz gamada.
Cruz Patriarcal:
Outrora conhecida como Cruz de Lorena,
possui um “braço” menor que representa a inscrição colocada pelos romanos na
cruz de jesus. Foi muito utilizada por bispos e príncipes da igreja cristã
antiga.
Cruz de Jerusalém:
Formada por um conjunto de cruzes, possui
uma cruz principal ao centro, representando a lei do antigo testamento, e
quatro menores dispostas em cantos distintos, representando o cumprimento desta
lei no evangelho de cristo. Tal cruz foi adotada pelos cruzados graças a
Godofredo de Bulhão, primeiro rei cristão a pisar em Jerusalém, representando a
expansão do evangelho pelos quatro cantos da terra.
Cruz da Páscoa:
Chamada por alguns de Cruz Eslava, possui um
“braço” superior representando a inscrição colocada durante a crucificação de
cristo, e outro inferior e inclinado, que traz um significado dúbio, dos quais
se destaca a crença de que um terremoto ocorrido durante a crucificação causou
sua inclinação.
Cruz do Calvário: Firmada sobre três degraus que representam
a subida de jesus ao calvário, essa cruz exalta a fé, a esperança e o amor em
sua simbologia.
Cruz Rosa-Cruz:
Os membros da Rosa Cruz costumam explicar
seu significado interpretando-a como o corpo de um homem, que com os braços
abertos saúda o Sol e com a rosa em seu peito permite que a luz ajude seu
espírito a desenvolver-se e florescer. Quando colocada no centro da cruz a rosa
representa um ponto de unidade.
Cruz de Malta:
Emblema dos cavaleiros de são joão, que foram
levados pelos turcos para a ilha de Malta. A força de seu significado vem de
suas oito pontas, que expressam as forças centrípetas do espírito e a
regeneração. Até hoje a Cruz de Malta é muito utilizada em condecorações
militares.
É a união dessas forças antagônicas que exprime um dos
principais significado da cruz, que é o do choque de universos diferentes e seu
crescimento a partir de então, traduzindo-a como um símbolo de expansão.
De acordo com o estudioso Juan Eduardo Cirlot, ao situar-se
no centro místico do cosmos, a cruz assume o papel de ponte através da qual a
alma pode chegar a deus. Dessa maneira, ela liga o mundo celestial ao terreno
através da experiência da crucificação, onde as vivencias opostas encontram um
ponto de intersecção e atingem a iluminação.
https://cassiafiletti.wordpress.com/2009/03/29/a-cruz-e-seus-significados/
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