Atitude
“A maior descoberta da minha geração é que qualquer ser
humano pode mudar de vida, mudando de atitude.”
(William James)
Um novo emprego, um novo empreendimento, um novo
relacionamento. Qualquer seja seu novo projeto, apenas mediante atitudes
renovadas será possível cultivar resultados diferenciados. Afinal, se você
trilhar o mesmo caminho, chegará somente aos mesmos lugares.
Atitudes são constatações, favoráveis ou desfavoráveis, em
relação a objetos, pessoas ou eventos. Uma atitude é formada por três
componentes: cognição, afeto e comportamento.
O plano cognitivo está relacionado ao conhecimento
consciente de determinado fato. O componente afetivo corresponde ao segmento
emocional ou sentimental de uma atitude. Por fim, a vertente comportamental
está relacionada à intenção de permitir-se de determinada maneira com relação a
alguém, alguma coisa ou situação.
Para melhor compreensão, tomemos o seguinte exemplo. Algumas
pessoas têm o hábito de fumar. E a pergunta que sempre se faz aos fumantes é o
motivo pelo qual não declinam desta prática mesmo estando cientes de todos os
malefícios à saúde cientificamente comprovados.
Analisando este fato à luz dos três componentes de uma atitude podemos atinar o que acontece. O fumante, em regra, tem plena consciência de que seu hábito é prejudicial à saúde. Ou seja, o componente cognitivo está presente. Porém, como ele não sente que esta prática esteja minando seu organismo, continua a fumar. Contudo, se um dia uma pessoa próxima morrer vitimada por um enfisema, ou ainda, o próprio fumante for internado com indícios de problemas cardíacos decorrentes do fumo, então a porta para acessar o aspecto emocional será aberta: ao sentir o mal ao qual está se sujeitando, o indivíduo decidirá agir, mudando seu comportamento, deixando de fumar.
As pessoas acham que atitude é ação. Todavia, atitude é
racionalizar, sentir e externar. E não se trata de um processo exógeno. É algo
interno, que deve ocorrer de dentro para fora. E entre a conscientização e a
ação, é necessário estar presente o sentimento como elo. Ou você sente, ou não
muda.
Atitudes, como valores, são adquiridas a partir de algumas
predisposições genéticas e muita carga fenotípica, oriunda do meio em que
vivemos, moldadas a partir daqueles com quem convivemos, admiramos, respeitamos
e até tememos. Assim, reproduzimos muitas das atitudes de nossos pais, amigos,
pessoas de nossos círculos de relacionamentos.
As atitudes são bastante voláteis, motivo pelo qual a mídia
costuma influenciar as pessoas, ainda que subliminarmente, no que tange aos
hábitos de consumo. Das calças boca de sino dos anos 1970 aos óculos do filme
Matrix na virada do século, modas são criadas a todo instante.
Atitudes devem estar alinhadas com a coerência, ou acabam
gerando novos comportamentos. Tendemos a buscar racionalidade em tudo o que
fazemos. É por isso que muitas vezes mudamos o que dizemos ou buscamos argumentar
até o limite para justificar uma determinada postura. É um processo intrínseco.
Sem coerência, não haverá paz em nossa consciência e buscaremos um estado de
equilíbrio que poderá passar pelo auto engano ou pela dissonância cognitiva.
Se você está em fase de transição – e normalmente estamos,
sem nos aperceber disso –aceite o convite para refletir sobre suas atitudes. E
corra o risco de ter ideias criativas e inovadoras, além de livrar-se das
antigas.
Tom Coelho
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