quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Todos já passamos por algo que nos mudou para sempre


Todos já passamos por algo que nos mudou para sempre


Todos já passamos por algo que nos mudou para sempre

Cada um de nós já passou por alguma experiência que nos mudou para sempre. É como atravessar uma soleira onde olhamos para trás para descobrirmos com certa tristeza que perdemos algo. Talvez seja a inocência, ou a certeza de que a vida não leva inscrita a promessa de uma felicidade perene.

Dentro do crescimento pessoal costuma-se dizer que as pessoas nascem duas vezes. A primeira vez é quando viemos ao mundo. A segunda, quando temos que enfrentar algum evento traumático. É quando somos convidados a avançar, a crescer com base na sobrevivência emocional, na superação, na resiliência.
Segundo Rafaela Santos, psiquiatra e presidente do Instituto Espanhol de Resiliência, as pessoas costumam passar em média por dois eventos complicados que as colocarão à prova. São experiências que fogem do nosso controle, e para as quais nem sempre estamos preparados. Ao menos aparentemente.

Porque acredite ou não, nosso cérebro tem uma estrutura perfeita que nos encoraja a sobreviver, a tirar forças das fraquezas para voltarmos a abrir o caminho entre tanto emaranhado emocional. Para encontrar a saída entre os nossos labirintos pessoais.

Mas assim como os eventos traumáticos nos obrigam a aprender e a seguir em frente, os eventos positivos também têm poder. O velho ditado que diz que “para aprender é preciso sofrer” tem ressalvas. Porque a felicidade também proporciona sabedoria, temperança e conhecimento.

As pessoas são o resultado de todas as suas experiências de vida, mas acima de tudo, de tudo o que aprendem com elas. Tudo, absolutamente tudo, nos esculpe e dá forma a nossos valores, virtudes e defeitos. O tempo, a nossa mente e a nossa vontade são os grandes arquitetos do que somos.

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Tudo o que passamos nos mudou: a escultura da vida
Diante de uma decepção afetiva temos duas opções: nos agarrarmos à esperança e perpetuar a dor ou assumir o final de um ciclo e seguir em frente. Assim, diante da perda de um ente querido, também existem dois únicos caminhos: ficar arrasado ou olhar novamente para o horizonte. Se pensarmos nisso, poucas vezes temos duas opções tão claras, mas ao mesmo tempo tão complexas.

No entanto, não basta compreender que só existe um caminho correto para que a pessoa reúna toda a sua determinação e vontade para empreender este processo de recuperação. “Entender” e “fazer” são duas dimensões muito complexas no campo psicológico. É como dizer a uma pessoa com depressão que ela deve ser mais feliz. Ela entende, não há dúvida, mas precisa de estratégias, predisposição, ajuda e reforços.

Para dar este salto de fé para o caminho adequado, precisamos de apoio e autoconfiança. Porque a forma como passamos por estas pontes da vida determinará o tipo de vida que iremos ter do outro lado. Se não o fizermos de forma adequada, vamos nos ver suspensos em uma ilha de amargura eterna, onde não há luz ou esperança no horizonte. Ninguém merece uma existência assim.

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Temos que ser capazes de assumir que a vida traz sequelas, no entanto, no fim aprendemos a viver com elas. Não seremos a mesma pessoa, disso não há dúvidas, mas daremos forma a uma pessoa diferente: alguém muito mais forte.

Ser como o bambu, ser como a argila, ser como os lobos
Na nossa linguagem coloquial, costumamos dizer muitas vezes que a desgraça nos “atingiu”. Todo evento traumático é vivenciado como um golpe, apesar de que devêssemos descrevê-lo como uma queimadura, porque é assim que o nosso cérebro o sente.

Os rompimentos de relacionamentos amorosos, por exemplo, provocam uma resposta muito intensa no córtex somatossensorial secundário e na ínsula dorsal, áreas claramente relacionadas à dor física, ao que experimentamos ao sofrer uma queimadura, por exemplo.
“A cultura oriental nos recorda que quanto mais alto é o bambu, maior consistência e flexibilidade ele adquire.”
-Provérbio Oriental-
Assim, vamos imaginar por um momento o que implicaria perpetuar este estado. Tornar esta dor crônica por não conseguir gerenciar de forma adequada a perda, o rompimento ou esse evento chocante. Nosso cérebro estaria sujeito a um estado de estresse pós-traumático persistente onde a pessoa fica, literalmente, fragmentada.

Para reduzir o impacto dessas vivências, podemos empregar três estratégias simples que podem ser muito úteis também nas dificuldades do dia a dia.

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Três chaves ilustrativas para aprender a ser resiliente
Os recursos psicológicos envolvidos na gestão das mudanças podem ser treinados no nosso dia a dia. Se pensarmos bem, não há um dia em que não devemos enfrentar uma renúncia, alguma pequena mudança ou desafio. Todo momento é bom para adquirir competências adequadas. Só assim estaremos preparados quando a vida nos colocar à prova.

A seguir explicamos três chaves simples para conseguir fazer isso.

A sabedoria do bambu. Você vai gostar de saber que o bambu é a planta que cresce mais rápido no mundo vegetal. Mas esse crescimento acontece depois de uns anos em que ele se dedica apenas a favorecer um crescimento interior adequado. Criando raízes, nutrindo-as. Mais tarde, nem o vento mais feroz conseguirá derrubar o bambu. Porque ele é flexível, porque conta com um mundo interior forte e resistente.
Vale a pena imitar este tipo de processo: fortalecer os pilares da nossa personalidade e o nosso mundo emocional para adquirir esta flexibilidade que irá impedir que a adversidade nos atinja até conseguirmos vencê-la.

Vamos ser argila e nos adaptarmos às mudanças. Poucos materiais nos dão tantas possibilidades na hora de expressar nossa criatividade. Vamos assumir essa característica, vamos ser capazes de mudar de forma com valentia e originalidade para superar esses momentos complexos.
O lobo conhece seus predadores e se defende. Poucos animais são tão ávidos na hora de intuir os seus inimigos. Eles sobrevivem em condições extremas, dão tudo por sua manada, são observadores e sabem lutar.
O lobo, antes de ser feroz, é sábio. Imitar alguns dos seus comportamentos pode nos ajudar a superar esses terrenos complexos que a adversidade nos traz. Porque um coração forte é o reflexo de uma alma que conhece suas prioridades e que não hesita em dar tudo por aquilo que ama.



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