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segunda-feira, 6 de setembro de 2021

É hora de transmutar

 


É hora de transmutar



“Gratidão. Palavra interessante essa. Essa é uma palavra na qual eu identifico como amor. Ter gratidão é algo muito mais amplo do que a forma como estamos usando hoje em dia.

 

Melhor forma de demonstrar amor que não a sendo grato a tudo que acontece? Ter a sabedoria, serenidade e discernimento de entender que tudo que acontece é algo bom para crescimento espiritual, evolução.

 

Imaginemos um fim de relacionamento que, em muitas vezes, a carga negativa é maior do que tudo que fora vivido antes.

 

Vivemos o momento do rompimento como se aquilo fosse uma verdade absoluta de toda a trajetória vivida. Podem ter sido meses, anos ou décadas, mas o que fica, parece que o momento final ou o tempo final do relacionamento. Seja por desgaste, por traição, por omissão ou qualquer outro motivo, o que fica no coração por algum tempo é a raiva, a mágoa, o rancor.

 

Criamos diálogos imaginários em nossa cabeça de que poderia ter feito, falado para mudar aquilo. E normalmente a primeira coisa é: perdi tanto tempo da minha vida!

 

Somos ingratos naturalmente e para sermos gratos, precisamos parar, respirar, desacelerar e então trabalhar isso. Ainda não vem de dentro e, sim, algo racional. É ótimo, melhor do que nada. E todo início é racional até que se torne orgânico.

 


Acredito que jogar anos pretéritos pelo momento atual é conceito de ingratidão. Se fôssemos realmente gratos, não nos machucaríamos. Não seríamos tão apegados. Entenderíamos rapidamente que o que o outro fez é dele, pertence apenas a ele. Não temos o poder de machucar ninguém que não seja fisicamente.

 

Nós nos machucamos porque nos decepcionamos com o que nos é falado ou feito (ou não feito). Nós nos machucamos por aceitarmos aquilo como verdade. Porque uma ferida é exposta e isso nos faz mal. Queremos ser blindados e fazemos justamente o contrário abrimos a guarda ainda mais.

 

Se alguém, fisicamente, nos der uma pedrada, vai doer. E deveria doer apenas fisicamente. Acontece que dependendo da pessoa e/ou da circunstância, a pedrada dói na alma. Magoamo-nos por monstros nossos, criados por nós mesmos, dentro de nossas cabeças.

 

A vida nos dará coisas que machucam, mas nunca nos dará algo para sofrermos. Sendo a gratidão algo intrínseco nosso, nada nos ressentiria, pois entenderíamos que que cada qual fará algo dentro de suas capacidades.

 

Focamos no que perdemos e esquecemos o quanto temos a agradecer. Chegaremos lá, todos nós, algum dia. Uns antes, outros depois, mas subiremos todos o mesmo podium, porque a vida não é uma pista de corrida, mas várias trilhas para o mesmo objetivo.

 

É mais fácil (muitos nem assim sentem a gratidão) estar num lugar lindo e dizer gratidão. O difícil é estarmos em qualquer lugar “ruim” (cada um sabe o que é ruim para si) e termos gratidão. Agradecer a cura, mas não sermos gratos pelo processo da doença. Se estivéssemos abertos ao que a vida nos dá, perceberíamos a cada instante que a vida é um eterno ensinamento. A vida é uma academia de musculação que a cada dia nos fortalece. Mas a decisão de agradecermos ao que passamos de “ruim” é de foro íntimo.

 

Percebo que quando estou numa fase que dá vontade de desistir, ao fazer exercício da gratidão as coisas se tornam mais leve e me faz olhar em outra direção.

 

Fico imaginando se isso fosse tão natural quanto respirar, como a vida seria ainda mais colorida. A leveza consiste em aceitarmos. Não significa não fazer não fazer nada e sim, compreender, entender e de forma tranquila saber o que será feito para mudar ou a coisa em si ou a direção a seguir.

 

Compreendendo que o que acontece em nosso externo é projetado do interno, e por isso lemos com frequência que ao mudar o nosso interno, o externo muda ou se queremos paz, temos que ter a paz dentro de nós.

 

É hora de começarmos a ser proativos e não reativos. Viver o momento presente sempre com gratidão no coração.

 

Eu, particularmente, não vejo melhor forma do que conseguir essa serenidade que não sendo meditação. Silenciar a mente para ouvir sua própria essência. Técnicas existem inúmeras e cada um tem que saber qual a melhor se adapta. Tudo é remédio ou veneno, depende de como será usado. Tem quem goste de silêncio, tem que goste de músicas calmas, outros de músicas mais aceleradas. Isso é processo interno.

 

Silenciando a mente, viveremos o momento presente com gratidão, alegria, serenidade. Calar os diálogos internos que normalmente são verdadeiras discussões internas. Perde de tempo e energia.

 

É hora de transmutarmos. “

 

(Fonte: Blog Rashuah)



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