É
hora de transmutar
“Gratidão.
Palavra interessante essa. Essa é uma palavra na qual eu identifico como amor.
Ter gratidão é algo muito mais amplo do que a forma como estamos usando hoje em
dia.
Melhor
forma de demonstrar amor que não a sendo grato a tudo que acontece? Ter a
sabedoria, serenidade e discernimento de entender que tudo que acontece é algo
bom para crescimento espiritual, evolução.
Imaginemos
um fim de relacionamento que, em muitas vezes, a carga negativa é maior do que
tudo que fora vivido antes.
Vivemos
o momento do rompimento como se aquilo fosse uma verdade absoluta de toda a
trajetória vivida. Podem ter sido meses, anos ou décadas, mas o que fica,
parece que o momento final ou o tempo final do relacionamento. Seja por
desgaste, por traição, por omissão ou qualquer outro motivo, o que fica no
coração por algum tempo é a raiva, a mágoa, o rancor.
Criamos
diálogos imaginários em nossa cabeça de que poderia ter feito, falado para
mudar aquilo. E normalmente a primeira coisa é: perdi tanto tempo da minha
vida!
Somos
ingratos naturalmente e para sermos gratos, precisamos parar, respirar,
desacelerar e então trabalhar isso. Ainda não vem de dentro e, sim, algo
racional. É ótimo, melhor do que nada. E todo início é racional até que se
torne orgânico.
Acredito
que jogar anos pretéritos pelo momento atual é conceito de ingratidão. Se
fôssemos realmente gratos, não nos machucaríamos. Não seríamos tão apegados.
Entenderíamos rapidamente que o que o outro fez é dele, pertence apenas a ele.
Não temos o poder de machucar ninguém que não seja fisicamente.
Nós nos
machucamos porque nos decepcionamos com o que nos é falado ou feito (ou não
feito). Nós nos machucamos por aceitarmos aquilo como verdade. Porque uma
ferida é exposta e isso nos faz mal. Queremos ser blindados e fazemos
justamente o contrário abrimos a guarda ainda mais.
Se
alguém, fisicamente, nos der uma pedrada, vai doer. E deveria doer apenas
fisicamente. Acontece que dependendo da pessoa e/ou da circunstância, a pedrada
dói na alma. Magoamo-nos por monstros nossos, criados por nós mesmos, dentro de
nossas cabeças.
A vida
nos dará coisas que machucam, mas nunca nos dará algo para sofrermos. Sendo a
gratidão algo intrínseco nosso, nada nos ressentiria, pois entenderíamos que
que cada qual fará algo dentro de suas capacidades.
Focamos
no que perdemos e esquecemos o quanto temos a agradecer. Chegaremos lá, todos
nós, algum dia. Uns antes, outros depois, mas subiremos todos o mesmo podium,
porque a vida não é uma pista de corrida, mas várias trilhas para o mesmo
objetivo.
É mais
fácil (muitos nem assim sentem a gratidão) estar num lugar lindo e dizer
gratidão. O difícil é estarmos em qualquer lugar “ruim” (cada um sabe o que é
ruim para si) e termos gratidão. Agradecer a cura, mas não sermos gratos pelo
processo da doença. Se estivéssemos abertos ao que a vida nos dá, perceberíamos
a cada instante que a vida é um eterno ensinamento. A vida é uma academia de
musculação que a cada dia nos fortalece. Mas a decisão de agradecermos ao que
passamos de “ruim” é de foro íntimo.
Percebo
que quando estou numa fase que dá vontade de desistir, ao fazer exercício da
gratidão as coisas se tornam mais leve e me faz olhar em outra direção.
Fico
imaginando se isso fosse tão natural quanto respirar, como a vida seria ainda
mais colorida. A leveza consiste em aceitarmos. Não significa não fazer não
fazer nada e sim, compreender, entender e de forma tranquila saber o que será
feito para mudar ou a coisa em si ou a direção a seguir.
Compreendendo
que o que acontece em nosso externo é projetado do interno, e por isso lemos
com frequência que ao mudar o nosso interno, o externo muda ou se queremos paz,
temos que ter a paz dentro de nós.
É hora
de começarmos a ser proativos e não reativos. Viver o momento presente sempre
com gratidão no coração.
Eu,
particularmente, não vejo melhor forma do que conseguir essa serenidade que não
sendo meditação. Silenciar a mente para ouvir sua própria essência. Técnicas
existem inúmeras e cada um tem que saber qual a melhor se adapta. Tudo é
remédio ou veneno, depende de como será usado. Tem quem goste de silêncio, tem
que goste de músicas calmas, outros de músicas mais aceleradas. Isso é processo
interno.
Silenciando
a mente, viveremos o momento presente com gratidão, alegria, serenidade. Calar
os diálogos internos que normalmente são verdadeiras discussões internas. Perde
de tempo e energia.
É hora
de transmutarmos. “
(Fonte:
Blog Rashuah)
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