A
difícil arte de não julgar
Um dos maiores hábitos do ser humano é o do julgamento.
Todos nós adoramos julgar e/ou criticar o comportamento e atitudes alheias,
situações e eventos da vida. E geralmente agimos assim quando é para apontar
erros ou defeitos.
Este nosso vício (pois é um vício) demonstra a nossa evolução
como seres humanos, nada muito elevado ainda, infelizmente. Julgamos com o
tamanho do nosso ego e com base no que somos, em nossa natureza, valores,
preferências, prioridades e interesses.
É importante não confundir o fato de termos nossas próprias
opiniões com julgamento e crítica. É natural termos opinião sobre as coisas e
pessoas, pois as mesmas fazem parte de quem somos. No entanto, nossas opiniões
não devem ser cristalizadas e inflexíveis.
Elas devem ser acompanhadas de uma abertura interna para
aprendermos e nos expandirmos mais e
mais, pois o mundo está em movimento e se transforma o tempo todo. No Universo
nada é estático, e precisamos fluir com ele.
Quando julgamos não estamos acolhendo a diversidade como algo positivo e natural (o que de fato ela é). E sim, estamos contra ela, criticando-a e, muitas vezes, marginalizando-a, pois não nos identificamos com ela. Se é diferente de nós – ou pelo menos pensamos que é – já estamos criticando. Porém, precisamos ampliar em nós o sentimento de identificação, e cultivarmos a percepção de que somos muito mais semelhantes do que diferentes.
Quando estamos julgando arcamos com duas consequências. A
primeira é nos separarmos do Todo. Aquele sentimento de que somos todos um, de
que tudo está conectado e interligado, pois somos feitos da mesma substância, é
perdido. Concluímos então, que nunca estamos com essa percepção do Todo, já que
a maior parte do tempo, estamos agindo contra os outros e as situações.
Aqui é instalado um círculo vicioso: estamos presos em nosso
ego e com isso não nos identificamos com o diferente e o julgamos por não ser
igual a nós. Este julgamento aumenta a nossa falsa sensação de separatividade
(mecanismo do ego), fazendo-nos julgar mais e nos sentirmos mais separados do
Todo.
A segunda consequência, de igual importância, é que fechamos
as possibilidades para que o Universo nos traga algo de bom. Isto acontece
porque ao julgar, saímos do contato com o Campo das Potencialidades Puras. Este
campo é a fonte, o lugar da criação, de onde partem tudo o que existe, existiu
e existirá. Lá é o lugar de todas as possibilidades.
O julgamento, a crítica, avaliações, análises, etc tomam
muito tempo de nossa mente, contribuindo para o incessante diálogo interno que
nos impede de aquietá-la. E é somente quando estamos vazios de pensamentos que
entramos em estado de meditação. Estado, este, que nos permite acessar o Campo
das Potencialidades Puras, e realizarmos nossos desejos, além de vivermos com
mais serenidade, felicidade, harmonia e plenitude.
O não julgamento é algo difícil de alcançar, já que vivemos
numa sociedade mergulhada no prazer de julgar, que o tempo todo, nos induz a
isto. Mas se quisermos fazer a diferença, crescer como pessoas, vislumbrar um
mundo melhor, devemos combater este hábito arraigado a cada minuto de nossa
existência. Tarefa árdua, mas muito compensadora.
Deepak Chopra, em seu livro As Sete Leis Espirituais do
Sucesso, ao explanar sobre a Lei da Potencialidade Pura, nos dá uma dica para
começarmos a nos livrar deste terrível vício: todas as manhãs (sugiro olhando
no espelho, ou contemplando o céu) declaremos, em voz alta: “Hoje não julgarei
ninguém, nem nada que aconteça.” Esta declaração é uma promessa que fazemos a nós
mesmos, e isto nos mantém atentos a não cairmos no vício de julgar durante todo
o dia.
Procuremos colocar essa dica em prática, diariamente, e
veremos como as portas do Universo se abrirão para manifestar nossos desejos e,
principalmente, como nos sentiremos plenos e em paz com tudo e com todos.
Anna de Leão (Favor mencionar autoria e fonte ao reproduzir
este artigo)
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