Qual é a história da sua dor?
Um acidente.
A passagem de alguém amado. Aquela grande decepção. Você sabe qual foi sua dor
e, mais do que isso, como aquele momento pode ter definido o rumo dos seus
passos desde então.
Traumas são
traiçoeiros porque mexem bem na base de nossas necessidades e, em um instinto
de sobrevivência, o corpo e a mente se armam contra qualquer referência futura
de uma dor parecida. É um mecanismo de defesa ditado pelo ego, soprando no
ouvido a voz do medo, e que reverbera por todo o corpo, tenso, pronto para
lutar ou correr ao menor sinal de perigo.
Pode ter
sido aquela tia que gritava por qualquer coisa e assustou a criança, que se
sentia acuada e culpada por tudo. Quando adulta levou o medo da voz alta e faz
de tudo para agradar os outros, assim evita sentir o que passou na infância.
Talvez a
lembrança de um relacionamento abusivo que, mesmo após o fim, faz com que toda
vez que alguém novo se aproxime exista um medo irracional de que o mesmo
comportamento do parceiro anterior exista no novo.
Pronto?
Aposto que
nesse momento apareceram pessoas, palavras, sentimentos, talvez até reflexos no
seu corpo.
Mas preciso
te contar: essa história, da maneira que você acabou de lembrar, só existe na
sua cabeça. Por mais que você insista, ela não aconteceu da mesma maneira para
as outras pessoas envolvidas. Certamente elas vão dizer o mesmo fato de um
jeito diferente.
Isso
significa que você criou essa história e é responsável por como ela reverbera
na sua vida até hoje.
Sabendo
disso e, com disposição e coragem para olhar para a sua ferida, te pergunto:
você quer deixar sua dor para trás?
Eu sei que
não é fácil. Mas esse pode ser o momento de escolha entre reviver uma dor ou
entender que ela aconteceu, mas agora só existe por opção sua.
Você quer
escolher a sua história?
Gabriel
Galvão
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