A PAZ: SUPRIMIR PRIMEIRO EM SI AS CAUSAS DE GUERRA
por Omraam Mikhaël Aïvanhov
em “Respostas a alqumas questões actuais” (Fascículo nº1*)
Inúmeras pessoas dizem que trabalham para a paz no mundo!
Por enquanto, esse trabalho consiste sobretudo em se acusarem umas às outras de
serem causadores de guerra. Para uns, os culpados são os ricos; para os outros,
são os intelectuais, ou os homens políticos, ou os cientistas. Os crentes
acusam os descrentes de conduzirem a humanidade para a sua perda, os descrentes
acusam os crentes de fanatismo, e por aí adiante…
Observem-se e verão que é
sempre suprimindo estas ou aquelas pessoas que os humanos julgam poder instalar
a paz. E é nisso que se enganam: mesmo que se suprimissem os exércitos e os
canhões, no dia seguinte as pessoas teriam inventado outros meios para se
combaterem. A paz, na realidade, é um estado interior e nunca se conseguirá
obtê-lo suprimindo alguém ou alguma coisa no exterior. É dentro de nós
próprios, em primeiro lugar, que é preciso suprimir as causas da guerra.
Imaginem alguém que come e bebe o que calha: essa pessoa
introduz no seu organismo certos elementos nocivos que a tornarão doente. E que
paz se pode ter quando se perturba o funcionamento do seu organismo, do
estômago, do fígado, dos rins, dos intestinos?… Pois bem, no plano psíquico
existe a mesma lei: não se deve comer o que calha, senão fica-se doente.
A paz é, pois, consequência de um saber profundo sobre a
natureza dos elementos de que o homem se alimenta em todos os planos. Ela só
pode instalar-se naqueles que decidiram manifestar-se com bondade,
generosidade, desapego. Só esses seres podem espalhar a paz ao seu redor.
Com o pretexto de que criam associações ou militam em
movimentos pacifistas, muitas pessoas imaginam que trabalham para a paz. Não,
porque a sua vida não é uma vida para a paz: elas nunca pensaram que primeiro
são todas as células do seu corpo, todas as partículas do seu ser físico e
psíquico que devem viver segundo as leis da paz e da harmonia, a fim de
emanarem essa paz para a qual elas pretendem trabalhar. Enquanto falam da paz e
escrevem acerca da paz, continuam a alimentar a guerra em si e à sua volta, pois
estão incessantemente a lutar contra uma coisa ou outra… A paz, o homem tem
primeiro de instalá-la em si mesmo, nos pensamentos, nos sentimentos e nos atos
da sua vida quotidiana. Só então é que ele trabalha verdadeiramente para a paz.
*Fascículos antigos publicados em Língua Portuguesa, sem
previsão de reedição, enviados periodicamente pela newsletter da Publicações
Maitreya. Adaptado ao Português Brasileiro.
Fonte de Publicação:http://www.melhorconsciencia.com.br/page/2/
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