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sexta-feira, 22 de julho de 2016
Namastê: Valor da Gratidão
Namastê: Valor da Gratidão
Namastê é muito mais do que uma palavra originária desse antigo e bonito idioma que é o sânscrito. Ela contém em si uma série de conceitos que a tornaram universal e, por sua vez, cruzaram fronteiras.
O seu significado vai mais além da saudação e despedida comuns na prática do ioga; este termo encerra nas suas antigas raízes uma essência que deveria bombear todos os dias no coração da humanidade. No entanto, parece que todos tiramos dela como as diversas etiquetas que rodeiam a nossa sociedade consumista viciada em moda, perdendo, por vezes, o seu verdadeiro sentido, o seu valor mais intrínseco.
Pratica-se no dia de hoje o sentido da gratidão desde a perspectiva mais nobre da humildade? Temos a tendência de reconhecer os outros da mesma forma como reconhecemos a nós mesmos? Isto é o que realmente se funde na palavra “Namastê”, e é por isso que hoje queremos falar dela e desses valores que não vemos tão facilmente no nosso dia a dia.
Namastê, eu inclino-me na tua direção e reconheço-te.
Para a sociedade ocidental, a palavra “Namastê” está intimamente ligada à ioga. Não obstante, todos aqueles que tenham conhecimentos sobre a sempre interessante cultura e religião do sul da Ásia saberão que este termo transita com normalidade na vida diária de hindus, budistas e todos esses povos que assimilaram em seus rituais de saudação e despedida esta palavra tão cheia de simbolismos, onde por sua vez, se encerra também o ato universal de agradecer.
Na realidade, cabe destacar que não trata-sr de uma palavra única, mas que é resultado de dois termos: “namas” que poderíamos traduzir como “saudação” ou “reverência”, e que tem a sua raiz em “nam”, que significa “curvar-se” o “inclinar-se”, e “te”, que seria um pronome pessoal para configurar a expressão “inclino-me ou curvo-me em direção a ti”.
Esta ideia vem a configurar por sua vez a espiritualidade que representa esta cultura, onde todos nós formamos na realidade um todo, em união com o universo.
O que significaria isto? Algo tão interessante quanto o seguinte:
- Se todos fazemos parte de uma mesma entidade, o que lhe afeta a também me afeta.Portanto, reconheço os outros também como parte de mim mesmo, daí o meu respeito, daí que a palavra Namastê seja simbolizada por sua vez com o gesto de juntar as mãos.
Ao fazê-lo, indicamos para a outra pessoa que não há diferenças entre ambos, que ambos somos a mesma coisa. É interessante levar em conta que para o hinduísmo a mão direita representa a divindade, o plano espiritual, enquanto que a esquerda configura o terreno, e o devoto que inclina-se na direção a essa divindade.
- Ao pronunciar a palavra Namastê agradecemos a outra pessoa e a reconhecemos pelo que fez. Não obstante, ao agradecer a outra pessoa também reconheço a mim mesmo, porque ambos criamos uma união mútua. Quer dizer, se eu ajudo por exemplo um amigo a solucionar um problema e ele me agradece, ambos saímos beneficiados: ele por ter resolvido o seu problema e eu por ter feito esse ato de nobreza. Ambos formamos um todo onde nos reconhecemos mutuamente.
Namastê, um valor a incluir na nossa vida diária
Pode ser que não seja religioso, é possível que também não se veja como uma pessoa espiritual capaz de utilizar a palavra Namastê a partir de agora. Não procuramos isto de forma alguma, só pretendemos fazer pensar nos valores integrados nesta palavra: a gratidão e o reconhecimento.
De que maneira podemos incluí-los na nossa vida diária? Reflita sobre estes aspectos:
1. Para aplicar o sentido de gratidão, primeiro temos que aprender a sermos humildes, mas cuidado, ser humilde não significa de maneira nenhuma dar tudo aos outros e ficar sem nada. Ser humilde significa saber conhecer os nossos próprios limites, admitir os nossos defeitos, saber desfrutar e apreciar as coisas simples tendo sempre a mente aberta onde saibamos nos enriquecer com os outros, com o que nos oferecem. Quem é humilde é grato, porque entende como ninguém o verdadeiro valor das coisas.
2. Respeite as pessoas que lhe rodeiam, respeite a Natureza, e lembre-se também de respeitar a si mesmo.
3. Valorize os seus, conviva, ouça, enriqueça-se de conhecimento. Dignifique os outros e a si mesmo como merecem, como parte desse “todo”.
4. Alegre-se por cada coisa que fizer, por cada aspecto que receber dos outros e pelo que lhe cerca, por menor que seja.
5. Agradeça, lembre-se sempre de agradecer por tudo o que vê, sente, recebe… Porque tudo faz parte de si, e a sua pessoa por sua vez também forma parte desse todo onde poderá encontrar o seu verdadeiro equilíbrio.
Fonte: http://portaldobudismo.org/
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